Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Carlos Moura/Scom/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Federal analise em 15 dias as mensagens trocadas no grupo de Telegram “Caçadores de ratos do STF” e identifique os integrantes da lista de transmissão bolsonarista.

A decisão foi tomada a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), no âmbito de processo que tem como alvo Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso em julho após fazer ameaças a ministros do STF e agentes políticos da oposição, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Boa Pinto foi preso após a PF dizer que ele “busca arregimentar apoiadores e estimula a adesão de pessoas a sua conduta, com a finalidade de constranger, pela grave ameaça e/ou violência efetiva, ministros do Supremo Tribunal Federal e personalidades de partidos políticos situados à esquerda do espectro ideológica”.

A PF também observou que ele participa de grupos no Instagram e WhatsApp, nos quais compartilha conteúdo com ofensas, intimidações e ameaças ao STF e à esquerda. Foi também identificado o grupo no Telegram, mas, segundo a PGR, a polícia não esclareceu se foi possível extrair algum conteúdo dele.

A PGR entendeu ser imprescindível a análise das mensagens do grupo de Telegram, mesmo a PF já tendo apresentado relatório conclusivo segundo o qual Boa Pinto cometeu os delitos de associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“No caso concreto, a investigação não apontou quais seriam os integrantes dessa associação criminosa, tampouco a sua organização e divisão de tarefas, além de outros elementos do elo associativo”, está aposto no documento da PGR.

“De fato, com a identificação apenas de Ivan Rejane como autor de fatos delitivos, não é possível, no atual momento, confirmar a existência de uma associação criminosa. Porém, com o aprofundamento das diligências investigativas, especialmente com a identificação dos 159 participantes do grupo de Telegram ‘Caçadores de ratos do STF’ e respectiva análise de mensagens trocadas, tal hipótese criminal se afigura factível de ser revelada”, diz trecho do pedido da PGR, assinado pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo.

“Efetivamente, a diligência requerida pelo Parquet [PGR] é essencial à confirmação da hipótese criminal levantada pela Polícia Federal e que levou, inicialmente, à decretação da prisão temporária do investigado, posteriormente convertida em prisão preventiva”, concordou Moraes.

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