Especialistas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) testaram o código-fonte do novo modelo de urnas eletrônicas e atestaram a segurança do sistema eleitoral brasileiro.

Os códigos-fonte foram analisados por três meses pelas universidades, que não encontraram nenhum indício de “código suspeito” ou de fragilidade no sistema.

No relatório, o Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da USP (Poli-USP) não indicou nenhuma vulnerabilidade no sistema das urnas eletrônicas, mas apontou possíveis melhorias.

O Instituto de Computação (IC) da Unicamp afirmou que “nada foi encontrado que possa colocar em dúvida a integridade e confiabilidade do código-fonte da urna eletrônica”.

“Sobre possíveis maus-usos de rotinas criptográficas, nada foi encontrado no código que indicasse o real emprego de forma incorreta ou de métodos criptográficos obsoletos”, continuou em relatório.

A Unicamp fez uma investigação sobre quatro pontos: votação paralela; o algoritmo empregado para armazenar votos no Registro Digital de Votos; o app Vota, de controle da urna, e se houve o emprego recomendável das rotinas criptográficas.

Nada suspeito ou vulnerável foi encontrado nesses pontos. A Unicamp ainda ressaltou que “examinamos os trechos de códigos que escolhemos, da forma como quisemos. Isso é mais uma demonstração de que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] quer uma eleição transparente e um processo de votação confiável”.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) indicou que “nenhum dos estudos desenvolvidos identificou problemas que comprometam o funcionamento do software analisado ou que demandem correções e alterações na versão do software prevista para uso no ciclo eleitoral corrente”.

A análise do código-fonte das novas urnas eletrônicas foi realizada através de um convênio do TSE com as universidades. Os três meses que foram dados para análise é superior do que o permitido para outras organizações que também têm acesso ao código-fonte.

Jair Bolsonaro tem atacado o sistema eleitoral brasileiro e afirmado que as urnas eletrônicas não são confiáveis e já foram fraudadas sem apresentar nenhum tipo de prova.

O Ministério da Defesa solicitou para acessar o código-fonte das urnas eletrônicas somente depois que Jair Bolsonaro pediu para que fizesse parte da investida sem fundamento.

A última ação do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, no sentido de ecoar o que Bolsonaro fala das urnas, revestiu-se de constrangimento para as próprias Forças Armadas.

O ministro enviou um ofício, classificado como “urgentíssimo”, para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo os códigos-fontes usados no sistema eletrônico de votação.

Contudo, os códigos-fontes já haviam sido disponibilizados pelo TSE para análise em outubro de 2021, como etapa obrigatória da realização das eleições.

__
Página 8