Pacheco condena quem “prega retrocesso democrático” e “volta à ditadura”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que “pregar retrocesso democrático” é “traição à Pátria” após a operação da Polícia Federal contra os empresários bolsonaristas que, em um grupo de Whatsapp, defenderam um golpe de Jair Bolsonaro contra a democracia.
As declarações de Pacheco aconteceram em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (23).
“Qualquer pessoa, independente de ser empresário, conhecido ou não, que prega retrocesso democrático, atos institucionais, volta da ditadura, está redondamente equivocada. É um desserviço ao país. É uma traição à Pátria e isso, obviamente, tem que ser rechaçado e repudiado com toda veemência pelas instituições”, disse.
Entre os alvos da operação estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
O presidente do Senado voltou a defender as urnas eletrônicas e disse que com elas as eleições “serão limpas” e acontecerão “dentro da normalidade”.
“Cabe, unicamente, ao Tribunal Superior Eleitoral informar a lisura do processo eleitoral”, acrescentou.
Pacheco comentou a fala de Jair Bolsonaro, em entrevista ao Jornal Nacional, sobre a realização das eleições, na qual se recusou a reconhecer que as urnas eletrônicas são confiáveis e que as eleições ocorrerão sem problemas.
Para Rodrigo Pacheco, as urnas eletrônicas são “seguras”, “confiáveis” e “já testadas”, portanto, “não há motivo” para desconfiar do sistema eleitoral brasileiro. “Temos plena e absoluta segurança de que o processo eletrônico de votação vai dar o resultado correto”, disse.
O presidente do Senado ainda disse que o Congresso Nacional estará na posse, no dia 1º de janeiro de 2023, ao eleito, “seja quem for”.
“Tenho plena confiança na lisura do processo, confiança nas urnas eletrônicas, no sistema de votação, confiança de que os eleitores vão exercer de maneira democrática a sua vontade no dia 2 de outubro e que o resultado das urnas, seja qual for, será absolutamente respeitado por todos, inclusive pelos partidos e pelos candidatos”, pontuou.
Na entrevista ao Jornal Nacional, veiculada na terça-feira (23), Bolsonaro disse que só respeitará as eleições se elas forem “limpas e transparentes”. Ao mesmo tempo, insistiu na mentira de que “as urnas são inauditáveis”, citando um processo do PSDB, ainda que o próprio partido admita a segurança das urnas eletrônicas e tenha desmentido qualquer fraude naquela eleição de 2014.
Ele também citou a invasão hacker nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, mas não falou sobre a avaliação dos especialistas, que afirmam não ter havido risco às urnas eletrônicas causado pela invasão.
Bolsonaro foi deputado federal por quase 30 anos, elegeu-se por pelo menos 5 vezes com as urnas eletrônicas e nunca as questionou nesse período. Somente agora que está atrás nas pesquisas e sente a derrota no horizonte ele ataca as urnas e o processo eleitoral para abrir caminho para o golpe.
Além do mais, ele já defendeu a informatização das eleições. Em 20 de agosto de 1993, ele berrou que “esse Congresso está mais do que podre”. “Estamos votando uma lei eleitoral que não muda nada. Não querem informatizar as apurações. Sabe o que vai acontecer? Os militares terão 30 mil votos, e só serão computados 3.000″, disse na época.
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