Defendendo Lula das fake news a respeito do suposto fechamento das igrejas, a Marina Silva criticou a "instrumentalização da fé" para fins políticos | Foto: Sérgio Lima/AFP via Getty Images

A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (REDE -SP), criticou a instrumentalização de religiões por partidos e candidatos ligados a Jair Bolsonaro (PL). Para Marina, que atualmente é candidata a deputada federal, a campanha de Bolsonaro faz uma “manipulação perversa” da fé para se beneficiar.

Em entrevista ao portal GGN, do jornalista Luís Nassif, Marina, que é evangélica, considerou que essa manipulação é uma realidade “péssima para a fé e é péssima para a política”.

“O Estado laico é uma benção para todos. Agora, nesse momento, você tem essa manipulação perversa que é péssima para a fé, é péssima para a política. Quando alguém mentirosamente diz que, se o presidente Lula ganhar as eleições, ele vai fechar as igrejas, isso é uma forma mentirosa que desabona a própria fé. Lula esteve no governo por dois mandatos, nunca fez isso, muito pelo contrário”, disse a ex-ministra.

Marina ainda ressaltou que político algum pode tratar o “povo evangélico como se ele fosse homogêneo, pois não existe essa homogeneidade no segmento. Existem diferenças, abordagem diferentes”.

“Eu sou evangélica da Assembleia de Deus. Nas campanhas que fiz, uns diziam que eu era fundamentalista e outros, que eu era uma falsa crente. Isso foi muito complicado”.

“A instrumentalização da fé é muito perigosa. O fundamentalismo religioso e o fundamentalismo político também são muito perigosos. Agora, quando se juntam as duas coisas é letal para os interesses de um país, da sociedade e da democracia. Nesse momento a gente vive esse risco. Acho que para entender isso, é preciso tratar os evangélicos não como se eles fossem homogêneos, porque existem diferenças e abordagens diferentes, e você tem que aprender a lidar com elas”, afirmou.

Para a candidata a deputada federal pela Rede-SP, a democracia brasileira está em risco enquanto Jair Bolsonaro está – e tenta se manter – no poder.

Ela ainda criticou a imprensa por fazer uma “abordagem machista” quando a pauta é sua aproximação com o petista. “Infelizmente, tem sido feita uma abordagem [machista] em relação às questões que considero relevantes – o desenvolvimento sustentável, a agenda socioambiental. As pessoas esquecem disso e ficam dizendo que [as divergências] se tratam de questões de natureza pessoal, de ressentimento. Essa é uma abordagem inteiramente preconceituosa e machista quando se trata de uma mulher”.

Ao afirmar que a divergência com o PT é de ordem política, Marina listou algumas das ações que precisam ser “resgatadas” e que deram certo no primeiro governo Lula.

“Hoje, Bolsonaro destruiu tudo, é terra arrasada, mas quando fui para o governo, nós fortalecemos o sistema, inclusive fizemos concurso público onde cerca de 2,8 mil funcionários entraram no Ministério para fortalecer o Ibama, o ICMBio, para que a gestão ambiental junto com estados e municípios fosse fortalecida”.

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