EUA: Júri condena fascistas que tramaram sequestro de governadora
No segundo julgamento – o primeiro em abril não chegara a uma decisão de consenso do júri – os milicianos de extrema direita Adam Fox e Barr Croft Jr. foram condenados na terça-feira (23) por tramarem sequestrar e matar a governadora democrata Gretchen Whitmer, no auge das mobilizações contra a brutal asfixia do negro George Floyd por um policial racista e quando o então presidente Trump, em sua cruzada negacionista, chamara a “libertar Michigan” dos lockdowns e medidas antiepidemia, registrou o Common Dreams.
Como é costume no sistema judiciário norte-americano, caberá ao juiz mais adiante determinar a ‘dosimetria’, isto é, fixar as penas de Fox e Croft Jr.
De acordo com a Associated Press: “Foi o segundo julgamento da dupla após um júri em abril não ter conseguido chegar a um veredicto unânime após cinco dias. Dois outros homens foram absolvidos e mais dois se declararam culpados e testemunharam a favor dos promotores”.
O resultado anterior havia sido considerado “chocante” por antifascistas e pelas entidades de defesa dos direitos civis.
Os veredictos contra Fox e Croft representam “um bom começo em nossa batalha contínua contra a violência política de extrema-direita, mas é exatamente isso: um começo”, disse Lonnie Scott, diretor executivo do Progress Michigan.
Em seu argumento final do julgamento de segunda-feira, o promotor Nils Kessler disse que os dois “queriam desencadear uma segunda Guerra Civil Americana e a segunda Revolução Americana” ao sequestrar Whitmer, uma democrata que eles viam como uma inimiga política.
A governadora Whitmer saudou o resultado: “os veredictos de hoje provam que a violência e as ameaças não têm lugar em nossa política e aqueles que procuram nos dividir serão responsabilizados”.
Embora tais esforços violentos “não sejam bem sucedidos”, acrescentou, “devemos também olhar com atenção para o status de nossa política”.
“Ataques contra funcionários públicos e ameaças ao FBI são uma extensão perturbadora do terrorismo interno radicalizado que infesta nossa nação, ameaçando a própria fundação de nossa república”.
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Papiro