Em entrevista à Carta Capital, divulgada nesta última segunda-feira (27), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) alertou sobre a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da possibilidade da implantação do parlamentarismo como forma de governo no Brasil por decisão do Congresso Nacional, afastando a decisão do voto popular e destacou a importância da força do povo nas ruas para lutar por este direito. Vanessa respondeu também os questionamentos sobre a pré-candidatura do PCdoB à Presidência da República.

Na semana passada, os partidos de Oposição ao governo Temer como o PCdoB, PT, PDT e PSB divulgaram uma nota conjunta denunciando a possibilidade de um novo golpe. “Não podemos achar que a eleição de 2018 está garantida. Estão falando e será votado no STF a questão do parlamentarismo”, explicou a senadora. Esta é mais uma das ações dos golpistas que podem afastar Lula das eleições à Presidência da República no ano que vem. “É estranho aprovarem isso agora, algo estão engendrando para o início de 2018”, disse Vanessa.

Pré-candidatura de Manuela D’Ávila

A senadora destacou na entrevista que o PCdoB tem ótimos quadros, mas em sua visão, Manuela destoa de todos pelo lado positivo. “Ela tem a possibilidade de dialogar para um grupo maior, uma parcela importante da sociedade que é a juventude. Essa juventude está carente, indo para o lado do conservadorismo, do atraso”, afirma a comunista.

Força das ruas

Questionada se a força das ruas é capaz de mudar o quadro atual do Brasil, Vanessa responde enfaticamente, “Só há uma forma de melhorar as coisas: a força das ruas”, e lembra que o impeachment que destituiu a presidenta Dilma Roussef do poder em 2016, teve ajuda das ruas. “Levaram as panelas para as janelas, para as varandas, tiraram suas camisas da seleção brasileira fora de época de Copa do Mundo, divulgaram ingenuamente um pato que foi usado, segundo o delator, como marketing da campanha do presidente da Fiesp, Paulo Skaff, ao governo de São Paulo. Fizeram o povo de pato, mas conseguiram chegar onde quiseram, tiraram uma presidenta sem nenhum crime”.

A senadora comunista explica que apenas a população brasileira pode mudar o atual cenário que estamos vivendo. “E a capacidade daqueles que são mais militantes da linha de frente é agregar a grande massa popular. Só que a dificuldade é muito grande porque eles conseguiram com essas operações de combate à corrupção criminalizar a política”.

Na opinião da parlamentar, a sociedade está desacreditada, e para os olhos da juventude é tudo igual. “Se tudo é igual, os pais, os avós dizem que no regime militar não eram corruptos, vão resolver tudo. É muito difícil, mas não podemos esmorecer. Às vezes cansa fazer tudo o que fazemos aqui no Parlamento e ver as ruas paradas, mas logo em seguida lembro que o melhor atributo de um ser humano é a persistência, então vamos persistir que chegaremos lá”, afirma.

 

Da redação, com informações da Carta Capital