Preso temporariamente, Ivan Rejane disse que caçaria a esquerda brasileira e penduraria ministros do Supremo "de cabeça para baixo"

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) ordenou, na segunda-feira (1/8), a prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte. O bolsonarista foi detido em 22 de julho, em Belo Horizonte (MG), após ameaçar, em vídeo, ministros da Suprema Corte e o candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a decretação da preventiva, o investigado fica preso por prazo indeterminado. A prisão preventiva tinha sido pedida pela Polícia Federal no último sábado (30).

Na decisão, Moraes afirma que há indícios de que Rejane Fonte faça parte de associação criminosa. “A prisão preventiva se trata, portanto, de medida razoável, adequada e proporcional para garantia da ordem pública com a cessação da prática criminosa reiterada, havendo, neste caso, fortes indícios de que o investigado integra associação criminosa”, escreveu na decisão.

Segundo a PF, a conduta de Ivan Rejane está “inserida em um contexto mais abrangente de acirramento dos ânimos, do estímulo ao enfrentamento a oponentes políticos e de tentativas de enfraquecimento do Poder Judiciário, o qual inclusive é incumbido da realização do pleito eleitoral que se avizinha”.

Numa das gravações, Rejane Fonte disse, raivoso, aos ministros para que “sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo” e ainda que irá “caçar principalmente” os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Luiz Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Rosa Weber.”

Em outro vídeo, ele xinga os ministros e chama-os de “bandidos”.

“Se eu fosse o presidente da República esses juízes togados safados já teriam sido destituídos e estariam todos numa cela fedorenta! O STF só tem bandido, picareta, corrupto! Se eu fosse o presidente da República o seu Lula molusco estaria dentro da jaula porque eu não permitiria de jeito nenhum, de jeito maneira e nem f*** um corrupto condenado e julgado em várias instâncias do jurídico brasileiro pudesse sequer concorrer às eleições!”, disse.