O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que Jair Bolsonaro deverá prestar nos próximos 30 dias o seu depoimento presencial no inquérito que investiga sua intromissão política na Polícia Federal.

Bolsonaro poderá escolher em que data, local e horário o depoimento deverá acontecer, desde que seja dentro do prazo de 30 dias determinados.

O inquérito foi aberto depois da denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de que Jair Bolsonaro tinha o pressionado e ameaçado para conseguir trocar o diretor-geral e o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

A intenção de Bolsonaro era proteger sua família e seus aliados das investigações sobre os diversos crimes que cometeram.

Quando anunciou sua saída do governo Bolsonaro, Moro relatou as ameaças e disse que as gravações de uma reunião ministerial da época (maio de 2020) poderiam provar que ele estava falando a verdade.

Na gravação, Jair Bolsonaro disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.

Até mesmo a assinatura do então ministro Sergio Moro foi falsificada pelo governo no pedido de demissão para substituir o diretor-geral da PF, como a própria Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) teve que admitir.

Ainda tentando fugir das investigações, Bolsonaro pediu para prestar depoimento por escrito. O STF estava julgando o pedido e, como tudo indica, iria negar o pedido e obrigar que o depoimento fosse presencial.

Na iminência de derrota na Corte, Bolsonaro, através da Advocacia-Geral da União (AGU), retirou o seu pedido de depoimento escrito e se dispôs a falar presencialmente com a PF.