General Santos Cruz | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, criticou duramente na sexta-feira (23), através de seu Twitter, a fala do ministro Pazuello sobre obediência a Bolsonaro no episódio que envolveu a desautorização do presidente à compra da vacina Butantan/Sinovac.

O presidente desfez abruptamente o acordo que Pazuello tinha firmado na véspera com 24 governadores para a compra de vacinas. A pandemia já matou mais de 155 mil brasileiros e a vacina é a esperança de todos para que a população seja libertada do vírus. Há quatro delas em teste no Brasil e a da Butantan/Sinovac está obtendo bons resultados.

“Hierarquia e Disciplina”, na vida militar e civil, são princípios nobres. Não significam subserviência e nem podem ser resumidos a uma coisa “simples assim, como um manda e o outro obedece”…  como mandar varrer a entrada do quartel”, escreveu Santos Cruz. O vídeo, onde Pazuello mostrou sua subserviência, que desagradou Santos Cruz e vários outros generais, foi veiculado na quinta-feira (22) nas redes sociais.

Ao desautorizar Pazuello, Bolsonaro havia dito que não vai comprar nenhuma “vacina chinesa” e nem a “vacina do Dória”. A politização de um tema grave como este, que coloque obstáculos à possível superação de uma pandemia que matou tanta gente, gerou indignação geral na sociedade.

Pazzuello aparece ao lado de Bolsonaro desmentindo que estivesse de saída do governo, desgostoso com a decisão do presidente de anular o acordo que tinha feito com o governador de São Paulo, João Doria. “Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece”, resumiu o general-ministro.