Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro

O bolsonarista Roberto Jefferson, presidente do PTB, deixou o hospital e voltou para o presídio Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, Rio de Janeiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa de Jefferson tinha pedido para que ele pudesse voltar para casa depois de receber alta do Hospital Samaritano da Barra, onde ficou internado por infecção urinária, mas Alexandre de Moraes considerou que sua prisão é “necessária e imprescindível à garantia da ordem pública e à instrução criminal”.

Roberto Jefferson está preso desde agosto por ameaças à democracia, ataques ao STF e propagação de fake news. Enquanto esteve no hospital, Jefferson teve que usar tornozeleira eletrônica.

Aliado de Jair Bolsonaro, ele estava organizando as manifestações do dia 7 de setembro, que tiveram como mote o golpe contra a democracia.

Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais e foi quem determinou a prisão de Roberto Jefferson pela Polícia Federal, determinou, na quarta-feira (13), que ele deveria voltar para Bangu 8 depois da alta do hospital.

“O quadro fático delineado na decisão supracitada permanece hígido, não havendo razões, neste momento processual, a indicar a possibilidade de revogação da prisão preventiva, ainda que mediante imposição de medidas cautelares diversas”, continuou.

O ministro falou que “é certo que o retorno ao cárcere, neste momento processual, é a medida que se impõe, desde que, efetivamente, a alta hospitalar seja concedida pela equipe médica responsável”.

Na ordem de prisão, Alexandre de Moraes explicou que Roberto Jefferson compõe “uma possível organização criminosa – da qual, em tese, o representado faz parte do núcleo político – , que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o próprio Congresso Nacional”.

Trata-se de “uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”, continuou.

Em um vídeo em que está com uma metralhadora na mão, Jefferson diz que “Bolsonaro, para atender o povo e tomar as rédeas do governo, precisa de duas atitudes inadiáveis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita. Precisa cassar, agora, todas as concessões de rádio e TV das empresas concessionárias GLOBO. Se não fizer, cai”.

De dentro da prisão, Roberto Jefferson tem orientado seus colegas de partido a abrirem espaço para que Jair Bolsonaro entre na legenda e possa se candidatar em 2022.

Para isso, ele ordenou a abertura de processos disciplinares contra sua filha, Cristiane Brasil, o blogueiro Oswaldo Eustáquio e o pastor Fadi Faraj para que eles sejam expulsos.