A passagem do Primeiro de Maio neste domingo levou a vice-presidenta nacional do PCdoB, Manuela d’Ávila, a fazer uma reflexão, pelas redes sociais, sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mundo do trabalho e a importância de haver políticas públicas que possibilitem às brasileiras serem qualificadas e inseridas no mercado.

Manuela destacou que a geração de empregos no país, a qualificação e inserção feminina só serão viabilizadas com políticas públicas, “como vagas em creches e condições para que as mulheres possam estudar e concluir seus estudos”.

Ela lembrou que durante a pandemia, elas foram as principais afetadas: “mais da metade das mulheres ficou de fora do mercado de trabalho. Historicamente, se alguém da família precisa abrir mão de um trabalho para se dedicar à casa e às crianças, esse alguém é a mulher, não o homem. Somado a isso, temos 11 milhões de mães solo, segundo o IBGE, que são as únicas ou principais responsáveis pelas crianças e provedoras da família”.

A dirigente colocou ainda que as questões de gênero “também são importantes para avaliarmos o desemprego das mulheres: segundo o Ipea, as categorias em que há mais mulheres trabalhando foram as que mais perderam população ocupada durante a pandemia, como serviços domésticos, comércio e serviços em geral”.

Manuela acrescentou que de acordo com pesquisa do Datafolha, 57% das mulheres que passaram a trabalhar remotamente disseram ter acumulado a maior parte dos cuidados domésticos. “A desigualdade aumenta quando fazemos um recorte de raça: mulheres negras ou pardas com crianças de até três anos têm os menores índices de ocupação com menos de 50% delas no mercado de trabalho”, apontou.

É preciso, salientou Manuela, “falar do trabalho doméstico, da tripla jornada e da participação das mulheres para manter a economia girando. Pensar o investimento público em infraestrutura de cuidados é fundamental para quem luta pelo desenvolvimento nacional”.

Por Priscila Lobregatte