A violência contra a mulher é um problema social e de saúde pública que atinge todas as etnias, religiões, escolaridade e classes sociais. Embora tenhamos avançado em questões como a implantação de delegacias para atendimento especializado e tenhamos aprovado leis como a Maria da Penha, há ainda muito o que avançar.

Por Manuela D’Ávila*

No Brasil, quando se fala em violência, lembramos dos homicídios, mas perdemos a dimensão da violência que as mulheres são submetidas. Ano passado, um terço das mulheres brasileiras sofreu algum tipo de violência. Só de agressões físicas, a cada hora, 503 mulheres são vitimadas. Esses números são de uma pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança. A pesquisa também apontou que, entre as mulheres que sofreram violência, 52% se calaram. Apenas 11% procuraram uma delegacia da mulher e 13% preferiram o auxílio da família.

Debater o tamanho do Estado é fundamental para as mulheres que sofrem com a ausência de politicas públicas eficientes de combate à violência. Para mudarmos esse quadro, para falarmos em viver em paz, é preciso também debater sobre educação. Precisamos educar as crianças para um mundo de paz, onde as mulheres sejam respeitadas. Isso porque, em 61% dos casos registrados, o agressor é um conhecido da mulher. Em 19% das vezes, eram companheiros atuais das vítimas e em 16% eram ex-companheiros. As agressões mais graves ocorreram dentro da casa das vítimas: em 43% dos casos, ante 39% nas ruas. Construir uma política de combate à violência contra a mulher é garantir um Brasil de oportunidades iguais para todos.

 *Manuela D’Ávila é deputada estadual pelo PCdoB-RS e pré-candidata do partido à Presidência da República.

Fonte: Diário do Nordeste