O golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura de duas décadas no Brasil, foi lembrado nesta quinta-feira (31) pelas vice-presidentas do PCdoB, a deputada federal Jandira Feghali (RJ) e a jornalista Manuela d’Ávila, como um dos mais trágicos episódios da história do país, marcado pelo autoritarismo, o arbítrio, a suspensão de direitos e garantias fundamentais e pela tortura e morte de brasileiros e brasileiras, muitos dos quais militantes e dirigentes comunistas que resistiram e lutaram pela democracia.

Pelas redes sociais, Jandira salientou: “31 de março de 1964. Dia para ser sempre lembrado. Para que nunca mais aconteça. Para que as novas gerações saibam o que é viver sob o manto do autoritarismo, da censura, da tortura. Está em nossas mãos banir os que insistem em trazer esse passado vergonhoso de volta. Ditadura nunca mais!”

A ex-deputada Manuela d’Ávila também se manifestou, rechaçando também a posição adotada pelo governo Bolsonaro e as Forças Armadas de apoio à ditadura: “no dia que marca os 58 anos do golpe de 64, o Ministério da Defesa lança uma nota que celebra os 21 anos de terror que afundaram nosso país. Não podemos aceitar um governo que exalta a tortura, a perseguição política, a corrupção e a censura da ditadura militar. Como disse Ulysses Guimarães: ‘Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo’”. E arrematou: “Bolsonaro tem que cair! Ditadura Nunca Mais”.

Nesta quarta-feira (30), o Ministério da Defesa e as Forças Armadas emitiram nota, como ordem do dia, em que chamam o golpe de “movimento de 31 de março de 1964” e o classificam como “um marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época”.

A nota diz ainda que as instituições teriam se fortalecido após o golpe e as Forças Armadas seguiram “observando, estritamente, o regramento constitucional, na defesa da nação e no serviço ao seu verdadeiro soberano – o povo brasileiro”. A nota é assinada pelo ministro Braga Netto e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Bolsonaro, por sua vez, em discurso nesta quinta-feira (31), declarou: “Hoje, 31 de março. O que aconteceu em 31? Nada. A história não registra nenhum presidente da República tendo perdido o seu mandato nesse dia. Por que então a mentira? A quem ela se presta?”. E acrescentou: “Quem esteve no governo naquela época fez a sua parte. O que seria do Brasil sem obras do governo militar? Não seria nada, seríamos uma republiqueta”.

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Por Priscila Lobregatte

Com agências