O governo anunciou nesta terça-feira (31) a criação de uma taxa extra na conta de luz batizada de “bandeira escassez hídrica” que vai gerar um aumento de 49,63% no valor cobrado na bandeira vermelha nível 2. Com isso, o aumento da energia para o consumidor passará, a partir de amanhã, 1º de setembro, de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 14,20 e vai até abril do ano que vem.

Em média, a conta de luz vai ficar 6,78% mais cara para os consumidores residenciais que já enfrentam o desemprego recorde, a queda na renda e a carestia nos preços dos alimentos, do botijão de gás, nos combustíveis. E ficará mais caro também para as pequenas indústrias, que mal conseguem recuperar as perdas da pandemia e enfrentam a falta de insumos e os preços dolarizados no mercado interno.

Segundo o governo, a medida é para fazer frente a maior crise hídrica dos últimos 91 anos que exige despesas no acionamento das usinas térmicas para evitar um apagão e um racionamento de energia, mas esse discurso é duramente contestado por especialistas que afirmam que a causa central foi a falta de investimento público e que não dá para colocar a culpa exclusivamente em São Pedro.

O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.

O governo também prometeu um desconto de R$ 0,50 por kWh para aqueles consumidores residenciais que economizarem energia entre 10% e 20% nos próximos meses.

Assim como Bolsonaro pediu ao povo para rezar contra a inflação, agora pede para acender a vela. Quanto ao apagão, nada garante que com esse desgoverno será evitado.