Fileira de ônibus transporta os que se renderam após sair dos porões da siderúrgica Azovstal

Vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia na terça-feira (17) mostra membros do batalhão neonazista Azov e das tropas ucranianas se rendendo às forças russas e antifascistas após ficarem por semanas escondidos na siderúrgica Azovstal em Mariupol, episódio que marca o fim do reinado de terror do Azov sobre a cidade, que durou oito anos.

No vídeo, os neonazistas e os militares ucranianos são vistos sendo revistados e colocados em ônibus que os esperavam do lado de fora da fábrica. Aqueles gravemente feridos foram carregados em maca e são vistos recebendo assistência médica no local.

Um procedimento muito diferente do que tem sido cometido contra soldados russos capturados pelos extremistas ucranianos, atrocidades de que repetidamente se gabaram nas redes sociais.

Essa primeira leva de prisioneiros da siderúrgica de Azovstal foi conduzida na segunda-feira, enquanto o regime de Kiev admitia a queda.

Confirma-se assim a correção da diretriz do presidente russo Vladimir Putin, há um mês atrás, ordenando não invadir o último reduto dos neonazistas ucranianos em Mariupol – a siderúrgica -, mas bloqueá-lo para que “uma mosca não voe”.

Segundo o blogueiro russo Boris Rozhin, mais de 2.500 ucranianos estão na siderúrgica. Destes, seriam do Azov 804. Os feridos são 404, dos quais 51 graves. Haveria mais de 200 cadáveres congelados. Um oficial russo e dois soldados eram mantidos como prisioneiros.

Como registrou o jornal russo Vzglyad, o comandante da brigada “Vostok” da República Popular de Donetsk, Alexander Khodakovsky, ironizou como “poéticos” os comentários do regime de Kiev sobre a rendição dos “heróis”.

“Quão poeticamente se pode chamar uma rendição banal: “O alto comando militar deu ordem aos comandantes das unidades estacionadas em Azovstal para salvar a vida do pessoal”. “Está em andamento uma operação para resgatar os defensores da Ucrânia bloqueados no território da usina”, Khodakovsky cita declarações ucranianas em seu canal Telegram.

“Em outras palavras, colocamos o inimigo em uma posição que ele tem apenas uma perspectiva: ou a morte ou uma bandeira branca. Aparentemente, a escolha recaiu na segunda, resta apenas organizar tudo lindamente para apresentar à sociedade não na forma de derrota, mas na forma de vitória”, disse ele.

Segundo o deputado do Donbass (Donetsk), Vladislav Berdichevsky, “no total, de acordo com nossas estimativas, de um mil e quinhentos a dois mil militantes permanecem em Azovstal. Se todos eles vão decidir sair ainda é desconhecido. Nós, por nossa vez, estamos prontos para aceitar qualquer um que concorde em se render. Então, é claro, eles serão submetidos à verificação quanto a crimes contra a humanidade”.

Ele comparou as palavras de Zelensky sobre seus ‘heróis’ da ‘Nova Ucrânia’ do Azovstal às lorotas com que, no devido tempo, Goebbells contou ao público alemão sobre a “evacuação do exército de Paulus de Stalingrado”.