Ao todo, 29 dirigentes debateram próximos passos da CNO

A Comissão Nacional de Organização do PCdoB se reuniu nesta sexta-feira (29) para discutir as diretrizes traçadas pela Executiva Nacional e estabelecer as ações prioritárias do partido nos próximos meses, tendo como foco a revitalização e o fortalecimento do PCdoB para 2022 e a participação dos comunistas nas lutas mais urgentes do país, como o enfrentamento à pandemia, à crise e ao presidente Bolsonaro.

A reunião foi marcada pela representatividade e por um aprofundado debate entre os participantes. Ao todo, estiveram presentes 29 dirigentes, dentre os quais os secretários nacionais de Juventude, André Tokarski e de Planejamento, Neide Freitas, além de representantes das secretarias de Comunicação, Formação, Movimentos Sociais e Finanças e de secretários de Organização dos principais estados.

No que diz respeito ao eixo partidário, o secretário de Organização, Fábio Tokarski, destacou, como um dos principais desafios, “reafirmar e fortalecer nossa identidade, numa cena de anticomunismo, com a direita ativa e esquerda ainda fracionada”.

Para enfrentar esse cenário, o dirigente salientou a necessidade de reposicionar a Comissão de Organização para a retomada dos trabalhos deste ano, tendo como centro a realização do 15º Congresso, em data a ser definida.

Outra tarefa apontada como essencial neste eixo é o envolvimento de todo o coletivo partidário no processo da 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres, que acontece entre 19 e 21 de março, bem como a comemoração dos 99 anos do partido, em março, de caráter preparatório para o centenário em 2022.

Tokarski destacou, também, que em breve a direção nacional terá os resultados da análise feita pelo grupo de trabalho que se dedica a estudar saídas para os desafios impostos pela cláusula de barreira em 2022 e que nortearão as ações do partido para a superação da regra.

O dirigente também alertou para a necessidade de as direções nos estados realizarem um pormenorizado balanço eleitoral de 2020 e iniciar, desde já, a construção de chapas para a disputa parlamentar de 2022. Ao mesmo tempo, disse, é preciso “revigorar as distintas esferas de nosso trabalho nas frentes de massa, com maior inserção na realidade de nossa gente e nas suas lutas cotidianas”.

Márcio Cabreira, secretário nacional adjunto de Organização, destacou que para enfrentar os desafios atuais, “precisamos é de mais partido, ou seja, partido mais coesionado, com a base funcionando e mais influência nos movimentos sindical e popular”.
Ele avaliou que “o sistema de acompanhamento que implementamos no último período se mostrou positivo. Temos de aprofundá-lo ainda mais, mesmo com todas as dificuldades que a pandemia nos impõe”.

Por fim, ele reforçou a importância de os estados completarem seus balanços sobre as eleições do ano passado, “fazendo a leitura dos pontos positivos e negativos, para que possamos, assentados na realidade, produzir uma política que nos deixe em condições melhores para superar a cláusula de barreira”.

Cenário político

No que diz respeito ao eixo político, balizado pelo atual cenário de grave crise nacional aprofundada pela pandemia e pela condução irresponsável do governo Bolsonaro, o secretário Fábio Torkaski chamou atenção para a importância de fortalecer a luta em defesa da vida e da democracia, tendo como base a luta pela vacinação de todos; a volta do auxílio emergencial, a geração de empregos e o apoio às micro, pequenas e médias empresas. “Sob Bolsonaro, o risco à vida só aumenta, assim como avança o desmonte em várias dimensões, resultando em crise, desemprego, destruição da indústria e dos direitos do povo e risco à nossa soberania”, explicou o dirigente. “Bolsonaro continua atuando como principal aliado da pandemia”, acrescentou.

No campo das lutas sociais, o dirigente considera que é preciso orientar o engajamento do conjunto das frentes de lutas sociais em torno dessas bandeiras — envolvendo as áreas sindical, de juventude, de mulheres e antirracista, entre outras —, acentuando, ao mesmo tempo, a denúncia das medidas antipovo do governo Bolsonaro.

Tokarski salientou ainda a importância da eleição para a presidência da Câmara como forma de garantir a independência da Casa e estabelecer um freio aos ímpetos genocidas e autoritários de Bolsonaro. Para ele, é urgente haver um forte empenho em desmascarar Bolsonaro e o bolsonarismo, mostrando também o caminho de desenvolvimento nacional e democracia que o PCdoB propõe.

 

Leia também: PCdoB lança 3ª Conferência Nacional sobre a Emancipação das Mulheres

Por Priscila Lobregatte