Reunidos nessa segunda-feira (11) em São Paulo, os pré-candidatos presidente e vice, Lula e Alckmin, juntamente com a coordenação política da coligação Vamos Juntos pelo Brasil (PCdoB, PSB, PSOL, PT, PV, Rede e Solidariedade) decidiram apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um Memorial da Violência Política contra a Oposição no Brasil e pedir a federalização das investigações sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, ocorrido neste final de semana em Foz do Iguaçu (PR).

A decisão foi anunciada em nota emitida após o encontro, na qual os partidos também condenam a crescente violência política que levou a este e a outros crimes.

Intitulada “A violência do bolsonarismo é contra a democracia: o Brasil precisa de paz”, a nota diz: “A violência política é inimiga da democracia, dos direitos humanos, da liberdade de expressão e de organização. No Brasil, os incentivadores e agentes do ódio são conhecidos e respondem a um chefe que tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. É diante de sua escalada autoritária e violenta que a sociedade brasileira e as instituições devem se manifestar com toda firmeza, em defesa do Brasil e da democracia”.

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Para a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, “é preciso responsabilizar Bolsonaro, porque além de ele mobilizar as estruturas que detêm, com as polícias e o Exército, ajuda a incentivar essa violência difusa. Com isso, todo dia, em todo lugar os militantes políticos de Bolsonaro cometem violências contra a oposição”. Ela completou dizendo: “vamos cobrar das instituições medidas capazes de coibir essa violência e de punir quem a pratica”.

Leia a íntegra da nota:

A violência do bolsonarismo é contra a democracia: o Brasil precisa de paz

O assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda por um fanático bolsonarista, neste fim de semana em Foz do Iguaçu, é o mais recente e trágico episódio de uma escalada de violência política em nosso país, criminosamente estimulada pelas atitudes e pelo discurso de ódio do atual presidente da República contra todos que dele divergem ou lhe fazem oposição.

Desde a execução a tiros de Marielle e Anderson, em março de 2018, agentes da extrema-direita, milicianos e terroristas vêm cometendo uma série de violências praticamente impunes: os tiros contra a caravana de Lula no Sul, o assassinato por bolsonaristas do mestre capoeirista Moa do Katendê, na Bahia, e do idoso Antonio Carlos Furtado, em Santa Catarina.

Nos últimos 30 dias, extremistas de direita usaram um drone para lançar veneno agrícola sobre o público de um ato político do ex-presidente Lula, em Uberlândia, e lançaram uma bomba contra o público em outro ato no Rio de Janeiro. Também foram alvos de violência o juiz federal que havia determinado a prisão de um ex-ministro do governo Bolsonaro e a redação do jornal Folha de S. Paulo, alvejada por um tiro.

Diante dessa escalada, os partidos que compõem o Movimento Juntos Pelo Brasil vão apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral um Memorial da Violência Política contra a Oposição no Brasil. Entendemos que cabe ao TSE, bem como ao Supremo Tribunal Federal e às autoridades responsáveis pela segurança pública tomar iniciativas que garantam eleições livres e pacíficas, coibindo agressões e violência, como as que o bolsonarismo vem praticando.

O assassinato de Marcelo é um crime político, contra a liberdade de opinião e os direitos humanos, e como tal deve ser tratado – desde a investigação até o julgamento final. Por esta razão, estamos nomeando um assistente de acusação para atuar em apoio à família e peticionando à Procuradoria-Geral da República para se manifestar junto ao Superior Tribunal de Justiça pela federalização das investigações.

A violência política é inimiga da democracia, dos direitos humanos, da liberdade de expressão e de organização. No Brasil, os incentivadores e agentes do ódio são conhecidos e respondem a um chefe que tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. É diante de sua escalada autoritária e violenta que a sociedade brasileira e as instituições devem se manifestar com toda firmeza, em defesa do Brasil e da democracia.

Mais do que nunca, o Brasil precisa de paz.

São Paulo, 11 de julho de 2022

Vamos Juntos Pelo Brasil

PCdoB, PSB, PSOL, PT, PV, Rede, Solidariedade

 

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Por Priscila Lobregatte