O empresário Paulo Marinho, ex-aliado que abrigou e contribuiu com a campanha de Bolsonaro em 2018 à presidência

O empresário Paulo Marinho, ex-aliado que abrigou e contribuiu com a campanha de Bolsonaro em 2018 à presidência, disse que Jair Bolsonaro “está à beira de um ataque de nervos” por conta das denúncias de corrupção que surgem a cada dia contra ele e seu governo.

“Conheço a peça. O capitão Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos”, afirmou Marinho.

Paulo Marinho cedeu uma parte de sua mansão para que Bolsonaro gravasse seus programas eleitorais em 2018. Os dois conviveram por mais de um ano.

Paulo Marinho acredita que Jair Bolsonaro está encurralado por conta das denúncias de corrupção. “Nessa campanha, Bolsonaro vai ter que explicar o enriquecimento da família dele, dos filhos e dele pessoalmente. Esse esquema das ‘rachadinhas’ está mais do que provado pelo Ministério Público estadual”.

“Na campanha eleitoral, o capitão batia no peito na minha casa e dizia ‘temos que acabar com o foro privilegiado’. A primeira coisa pela qual o Flávio Bolsonaro e o pai dele lutaram, quando o problema bateu à porta da família, foi pelo foro privilegiado para o Flávio. Isso vai ser julgado nas eleições”, continuou.

Marinho rompeu com o governo Bolsonaro por conta das denúncias que surgiam contra o governo, como a do ex-ministro da Justiça, Serio Moro, que contou ter sofrido pressão para trocar o diretor-geral da Polícia Federal para proteger a família Bolsonaro.

Para Marinho, “o capitão Bolsonaro vai enfrentar a Justiça. E arrisco dizer que vai ser preso pelos crimes que já cometeu e ainda vai cometer até final do mandato”.

O empresário acredita que a última cartada de Jair Bolsonaro, que se aproxima de uma derrota eleitoral, será a tentativa de um golpe de estado.

“O capitão vai tentar dar um golpe com as milícias, que é o grupo que o acompanha desde o início da sua vida política. Graças a Deus, esse grupo não tem tamanho para mudar a história da democracia brasileira. Ele acha que tem. Mas não tem”, avaliou.

Bolsonaro já ameaçou abertamente as eleições por diversas vezes. Ele diz, sem apresentar nenhuma prova, que as urnas eletrônicas são fraudadas e disse que “corremos o risco de não termos eleições ano que vem”.

Marinho contou que Bolsonaro “tem uma dificuldade imensa de se expressar”.

“Quando a gente estava na minha casa gravando os programas de televisão, primeiro, ele não usava o teleprompter, ele não sabia se comunicar com o teleprompter. Tinha uma dificuldade de ler e falar. Ficava evidente que ele estava lendo”.