Governo Arce centra o desenvolvimento no papel do Estado, com estímulo à geração de empregos e melhoria de salários

O Governo da Bolívia anunciou nesta quinta-feira (31) um programa de reconstrução centrado no investimento público, fortalecendo o papel estratégico do Estado após duros anos de contração econômica com perda de empregos, salários e direitos.

Segundo o governo, o sucesso do modelo econômico em prática se assenta na injeção permanente de recursos na economia para promover o consumo da população, com linhas de crédito a juros baixos para setores produtivos, programas habitacionais, melhorias previdenciárias, bônus sociais e um alto investimento estatal que projeta para este ano a aplicação de US$ 2,6 bilhões. Entre outras ações, isso foi tornado possível com a implantação de um imposto sobre grandes fortunas, que redistribuiu renda, assinalou.

De acordo com o ministro da Economia, Marcelo Montenegro, após a pandemia de Covid-19, foram restabelecidos os níveis de investimento interno, a dinamização do mercado interno e o crescimento, com um nível de investimento superior a US$ 1,78 milhão do ano passado.

Durante o governo golpista de Jeanine Áñez, entre 2019 e 2020, a economia sofreu uma enorme queda, pois de um crescimento sustentado de 4,5% nos anos anteriores, despencou para -11%.

De acordo com Montenegro, as melhorias não ocorrem de imediato, mas a política econômica e os incentivos que o Estado deu ao setor privado, com a forte injeção de recursos, têm cumprido um papel decisivo.

Para o presidente Luis Arce, a expectativa é que o crescimento do país neste ano seja de cerca de 5%. “Estamos olhando para uma melhora nos números fiscais e nos números do comércio exterior”, ressaltou. Arce lembrou que o golpismo deixou déficits na balança comercial que chegaram no ano passado, em meio à pandemia, a US$ 500 milhões negativos, números que já foram revertidos e tiveram um saldo positivo de US$ 1,5 bilhão em 2021.

Dados oficiais colocam o crescimento de 6,11% da economia boliviana no ano passado, após sofrer a maior contração de sua história. Todas as atividades econômicas tiveram desempenho positivo, embora a mineração, a construção, os serviços e o comércio tenham se destacado mais. A nacionalização de setores estratégicos e o investimento em ciência e tecnologia tem aberto caminhos promissores.

“É um indicador que nada mais faz do que refletir que voltamos ao caminho do crescimento econômico”, comemorou a ministra do Planejamento do Desenvolvimento, Gabriela Mendoza.