O clima no laranjal bolsonariano anda tenso. A revista Veja informa nesta quarta-feira (9) que quase houve troca de tapas no Palácio do Planalto entre o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e o “laranjão” Marcelo Álvaro Antônio, que acaba de ser defecado do Ministério do Turismo.

Por Altamiro Borges*

Segundo a revista, “Álvaro Antônio, que acusa Ramos de negociar seu cargo com partidos do Centrão, acabou encontrando o desafeto na entrada do gabinete de Jair Bolsonaro, no terceiro andar do palácio. Os dois começaram a discutir, o entrevero evoluiu rapidamente para os berros e os dois quase saíram no braço”.

Chefão do PSL é acusado de desviar recursos

Já o Estadão afirma que “o cargo dele era um dos que deveriam entrar na reforma ministerial inicialmente prevista para fevereiro”. Mas a demissão foi antecipada devido às brigas – pelo WhatsApp e nos corredores do Palácio do Planalto – com o general-ministro, hoje o principal negociador com o Centrão de Bolsonaro.

“Os dois vinham divergindo internamente porque o ministério passou a ser citado como moeda troca por apoio no Congresso”, relata o Estadão. Com a demissão confirmada, Marcelo Álvaro Antônio deve reassumir o seu mandato de deputado federal por Minas Gerais.

O famoso “laranjão” é um dos caciques do PSL (Partido Só de Laranjas), a legenda de aluguel que viabilizou a vitória de Bolsonaro em 2018. Ele é investigado pelo Ministério Público sob a suspeita de desviar recursos de campanha por meio de candidaturas “laranjas” de mulheres em 2018.

Um dia antes de ser enxotado, Marcelo Álvaro Antônio esteve no lançamento do Instituto Conservador-Liberal do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente. “Na ocasião, ele lembrou que foi um dos primeiros a embarcar na candidatura de Jair Bolsonaro”, relata o Estadão. O “laranjão” parece bem magoado! A conferir os próximos capítulos de mais uma balbúrdia no laranjal!

__

Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

As opiniões aqui expostas não refletem necessariamente a opinião do Portal PCdoB