A edição desta quarta-feira (1º) do programa Olhar 65, especial sobre o 15º Congresso do PCdoB, debateu o papel da juventude na luta contra Bolsonaro e na reconstrução do país. Neste sentido, tratou também do 6º Encontro Partido e Juventude, realizado nos dias 27 e 28 de agosto.

A live contou com as participações de André Tokarski, secretário nacional de Juventude do PCdoB; Gabriel Alves, secretário adjunto; Nayara Souza, presidenta da União da Juventude Socialista (UJS) de São Paulo e Vitória Cabreira, coordenadora da Juventude Pátria Livre (JPL) de  Porto Alegre. O programa foi conduzido pelo secretário de Comunicação, Adalberto Monteiro, e pelo jornalista Osvaldo Bertolino.

Nayara Souza iniciou destacando os impactos do governo Bolsonaro na juventude. “Começamos pelos números mais catastróficos de todos — de origem na pandemia, mas também na negligência do governo Bolsonaro — que são as mais de 550 mil vidas perdidas no Brasil para a Covid-19, o que tem impacto direto sobre a juventude. Muitos eram jovens”.

Ela apontou ainda que dentre os mais de 14 milhões de desempregados, “mais da metade é oriunda da juventude; sem contar os 45 milhões de brasileiros em subemprego, em trabalho informal, que atinge direitamente a juventude, como os entregadores de aplicativo. E isso tem uma cara,  a dos jovens negros, da periferia, imersos em situações completamente exploratórias do trabalho”.

Nayara abordou também os problemas educacionais, como a evasão escolar, a exclusão digital e os cortes desenfreados nas universidades e institutos federais. Esse conjunto de fatores faz com que “nossos meninos e meninas, ao invés de estarem estudando para se formar e contribuir com o desenvolvimento de nosso país, muitas vezes estejam à margem da sociedade, vendendo bala no sinal, numa situação de completo descaso, de fome, desnutrição e desigualdade social gritante”.

Derrotar Bolsonaro é urgente

Vitória Cabreira salientou que a “política de Bolsonaro é desastrosa, não serve ao povo brasileiro e a juventude acaba pagando o pato, como também as mulheres e o povo da periferia”.  Ela apontou que nas manifestações, “o número de jovens que encontramos é a representação da sua indignação. Hoje, 73% dos jovens rejeitam Bolsonaro. Acho que é essa juventude que tem construído as manifestações de Norte a Sul do país e tenho certeza de que será a juventude que vai derrotar Bolsonaro e todo esse projeto que tem sido implantado em nosso país”.

Para a dirigente da JPL, “as primeiras coisas para a gente começar a pensar numa política de reconstrução do país, de devolver o Brasil aos brasileiros, é a derrota e saída de Bolsonaro. E isso passa pela formação de uma frente ampla que consiga fazer com que todos aqueles e aquelas que são oposição e que não concordam com essa política corrupta e genocida que o país enfrenta se somem para que possamos derrotá-lo o mais rápido possível”.

Transformar a sociedade

O secretário André Tokarski salientou que a “organização política da juventude é uma forma de transformar a sociedade, de enfrentar esse retrocesso que vivemos e, ao mesmo tempo, de abrir perspectivas para vitórias, avanços e conquistas efetivas de direitos tão reclamados pelos jovens”.

Neste sentido, o dirigente apontou duas tarefas fundamentais: “derrotar Bolsonaro para interromper esse ciclo de destruição nacional, de destruição de direitos, do patrimônio público, da soberania nacional e da perspectiva de futuro” e “a construção de uma alternativa política”.

Ele destacou a relação entre educação e trabalho e o projeto de desenvolvimento como centrais nesse processo. “Há grande desigualdade nas condições de acesso à educação e, do ponto de vista do mercado de trabalho, temos hoje quase 40% dos jovens desempregados. Então, articular  educação, trabalho e desenvolvimento nacional, pensando nessa reconstrução, é uma emergência”. E concluiu: “Se não pensarmos em um projeto de desenvolvimento que veja as múltiplas dimensões do trabalho, da sustentabilidade, do crescimento econômico, da promoção de direitos, corremos o risco de ter uma geração perdida”.

Gabriel Alves destacou, por sua vez, que “o espírito da juventude é solidário, é de indignação frente às injustiças, é de buscar estar junto com o próximo, um sentimento de coletividade muito grande” e Bolsonaro “é o oposto disso, não tem empatia, solidariedade”. Ele avalia que parte da rejeição da juventude ao presidente passa por esse contraste. “Isso aponta para a importância de mobilizarmos a juventude cada vez mais contra Bolsonaro, de maneira ampla, conseguindo conversar com todas as parcelas da população”.

O dirigente também salientou a necessidade de incentivar o jovem a tirar seu título de eleitor para 2022. “É preciso que essa indignação que vemos nas ruas chegue às urnas também”, concluiu.

Assista a íntegra da live

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Por Priscila Lobregatte