Publicado originalmente em 17/04/2011.

CARTA-COMPROMISSO DOS PARTICIPANTES DO 7º ENCONTRO NACIONAL SOBRE QUESTÕES DE PARTIDO:

Quando inauguramos o Portal da Organização tivemos a contribuição de um camarada de Macau, do RN, Nildo. Não conhecemos pessoalmente Nildo, mas ele produziu notável síntese:

“O Brasil não precisa do PCdoB para amanhã, mas sim para hoje, pois já temos bagagem, ou seja, elementos teóricos suficientes para o fun- cionamento pleno de um partido, quiçá de uma nação. Atualmente é a falta de disponibilida- de dos “condutores do partido” junto às bases que precariza a organização interna. Feita a correção, o partido terá o tamanho das nossas ideias”.

 Este é o lema de nosso 7º Encontro.

 “Mais vida militante para um Partido do tamanho das nossas ideias”

7º ENCONTRO NACIONAL SOBRE QUESTÕES DE PARTIDO
15 a 17 de abril de 2011 São Paulo – SP

CARTA-COMPROMISSO DOS PARTICIPANTES DO 7º ENCONTRO NACIONAL SOBRE QUESTÕES DE PARTIDO:

I

  1. O 7º Encontro Nacional sobre Questões de Parti- do é acontecimento inédito da vida do Após mais de dez anos de esforços por estender e con- solidar direções intermediárias, colhe-se o fruto de reunir dirigentes de partido de centenas de comitês nas maiores cidades do país.
  2. A direção nacional quer falar cada vez mais aos quadros intermediários e de base que são o elo de- cisivo para garantir a ação política e vida associati- va regular dos militantes comunistas. Para falar a todos os trabalhadores e toda a sociedade, esses quadros são indispensáveis, ligando o partido aos anseios e lutas do povo brasileiro, falando a lingua- gem que vá ao encontro de seus corações e mentes por meio de uma forma que possa massificar e se fazer compreender. O povo sinaliza anseios e lutas nos municípios, onde vive, trabalha, estuda e sente os efeitos das políticas públicas. Os quadros são o elo indispensável que capta os sentimentos popu- lares e que liga as orientações das direções à base do partido.
  3. O Brasil precisa de um forte e potente partido comunista. A situação do país é favorável à luta dos brasileiros e a situação do PCdoB é propícia para al- cançar 500 mil membros até o 13º Congresso, au- mentar sua força eleitoral e de massas e lutar em melhores condições pelo caminho proposto por seu Programa Socialista. Essa a missão que se impõe a todos nós reunidos neste Encontro, com a condição de intensificar os esforços para dotar o partido de um mais sólido trabalho de direção em todas as es- feras, nomeadamente a da esfera da organização em nível municipal, voltada para a extensão maior da vida partidária militante mais estruturada e me- lhor definida desde a base.
  4. O 11º e o 12º Congressos promoveram fecunda reformulação programática e estratégica da luta dos comunistas e renovaram o arsenal da construção partidária com redefinições estatutárias e avança- da política de quadros contemporânea do tempo e da luta política na atualidade. Ao lado disso, desde o 10º Congresso e a 9ª Conferência Nacional produ- ziu orientações táticas cuja justeza têm sido testadas na luta, para um período de acumulação estratégica revolucionária de forças dos comunistas no país. As deliberações do Comitê Central após o êxito na luta política das eleições de 2010 apontam, agora, para atualizações na orientação política e, em especial, ajustes, desenvolvimentos e retificações na linha po- lítica da estruturação partidária.
  5. O 7º Encontro está chamado a debater ampla- mente esses ajustes e desenvolvimentos, firmar compromissos de todos os participantes nos es- forços para romper limites em sua aplicação. Para isso, na atual fase de expansão do PCdoB é cres- cente a responsabilidade dos Comitês Municipais, em particular nas grandes cidades, e isso demanda que o trabalho da direção nacional e direções esta- duais se volte para dar total apoio a esses esforços.

II – O 7º Encontro tomou como base desta carta- compromisso as seguintes premissas: 

  1. O PCdoB precisa ser posto à altura das lutas do pre- sente e desafios do A partir dos êxitos alcan- çados na luta política do país, na vigência da expan- são do PCdoB, há potencialidades para intensificar o papel do partido na luta política e eleitoral, de mas- sas e de idéias. Para cumprir as diretivas designadas pelo Comitê Central de perseguir o êxito do governo Dilma Rousseff no impulsionamento do desenvolvimento democrático nacional temos como desafios: constituir projeto eleitoral para 2012 que resulte no avanço da acumulação eleitoral do PCdoB; mobilizar o movimento popular em função de seus anseios para fazer avançar o governo no sentido das mudan- ças em prol do povo; difundir o Programa Socialista e por ele se orientar na construção da Proposta Política para 2012; lutar pelas reformas democráticas estru- turantes e construir uma sólida base material.
  2. A estruturação partidária é concebida como um bloco orgânico único do qual emana a orientação po- lítica no posto de comando; os ideais, convicções e motivações como amálgama; e a organização como compromisso de ação militante, unida e disciplinada em torno do projeto político coletivamente Avançar na estruturação exige medidas integradas em todas essas frentes da construção partidária, na autonomia relativa de cada uma das dimensões do trabalho de direção. Essa concepção precisa se es- praiar a todos os escalões da vida do PCdoB, gerando comprometimento de todos seus quadros.
  3. A orientação programática e tática, a linha política de estruturação partidária e os esforços de direção em todos os níveis são um patrimônio a ser estuda- do, assimilado e desenvolvido na práxis cotidiana. Desenvolvem-se segundo um sistema de crescente complexidade na comunicação, formação, propa- ganda, finanças, ação institucional, ação de massas, em frentes temáticas como Política Urbana, Questão Agrária, Meio Ambiente, Amazônia, Questão Indíge- na, Código Florestal, Energia, Ciência e tecnologia, Saúde, Cultura, Educação , e dão esteio à ação e formação militante em todas as áreas. Em cada qual há uma orientação política e organizativa desenvol- vida e, juntas, representam poderosa alavanca para nova escala para o fortalecimento do PCdoB nos mu- nicípios, permitindo responder perante o povo com precisão pelo quê luta o PCdoB, quais as bandeiras imediatas, qual a perspectiva da luta.
  4. Ao mesmo tempo, em desenvolvimento contradi- tório, manifestam-se fenômenos negativos próprios da natureza da luta política de classes na atualidade no Brasil, que pressionam pelo rebaixamento do pa- pel estratégico do partido comunista. Com diversas conotações de natureza objetiva e subjetiva, expres- sam-se na perda de objetivos de fundo da luta pela acumulação de forças de sentido estratégico, no es- maecimento da identidade comunista ou relaxamen- to dos vínculos com o povo e suas lutas, na preva- lência ocasional de objetivos pessoais que se põem acima e por fora da vida partidária, fraturas e divisões no projeto coletivo ou dificuldades de coesioná-lo em torno de uma orientação válida para todos. Na vigência de um sistema eleitoral que enfraquece os partidos políticos no país; e considerando ainda as di- ficuldades da institucionalização da própria luta dos movimentos sociais, tais fenômenos solicitam aten- ção do PCdoB para manter sempre em foco os obje- tivos políticos mais de fundo da luta dos comunistas.
  5. Ao lado disso, a expansão das fileiras partidárias, fruto da justa e necessária abertura das portas do par- tido às lideranças do povo e da sociedade, precisa ser acompanhada de medidas para incorporar, organizar e formar politicamente os novos filiados, para não gerar hiato organizativo na vida militante, no espírito e com- prometimento Especialmente necessário, nas atuais condições, é a retomada da perene luta por estender vida militante mais definida, estruturada e duradoura, desde as bases, como fator da força organi- zada do PCdoB e diferencial partidário dos comunistas entre todos os partidos políticos do país, retificando práticas subestimadoras nesse rumo.

III

  1. O 7º Encontro considera esse quadro de con- junto de forma multilateral, com espírito vigilante e igualmente confiante, para promover ajustes e de- senvolvimentos na direção política, ideológica e or- ganizativa, e seguir expandindo a força do PCdoB de modo Seus participantes manifestam a deci- são, como expressão de compromisso coletivo em todos os escalões partidários, de empenhar maior energia de seus órgãos de direção até as bases mi- litantes, em torno de medidas coesas para elevar a construção partidária a novo patamar.
  2. Dar qualidades ao PCdoB como partido comunis- ta de quadros e de massas de militantes e filiados, realçando o sentido estratégico da luta pelo Progra- ma, a identidade socialista e a definição, com niti- dez, das fronteiras que distinguem a vida partidária. Tais fronteiras são o caráter militante combativo e organizado dos comunistas, para servir à luta do povo trabalhador; a democracia em expressar opini- ões e a disciplina em cumprir as decisões coletivas; a definição de projeto político unitário em cada situ- ação e a unidade em torno desse projeto em todo o partido, sob a autoridade das direções eleitas.
  3. Reforçar os centros de direção. Nova onda de esfor- ços nos comitês estaduais e um decisivo avanço em consolidar direções nos maiores comitês municipais no país. Maior rigor na eleição dos dirigentes parti- dários. Mais capacitação das direções na esfera polí- tica, ideológica e organizativa e, nomeadamente, nos centros executivos de direção. Elevar a capacidade de liderança, a força e autoridade das direções para elaborar e conduzir a luta pelos projetos partidários e ajustar rumos de sua estruturação. Fazer com que todos que têm funções eletivas no partido, de qual- quer tipo e de qualquer área de atuação, liderem o discurso político-organizativo de modo avançado em todo o partido, se comprometam com a estruturação e saúde das fileiras partidárias. Em particular, o modo de direção política precisa convergir inteiramente no sentido de conferir papel mais vital à atuação das bases militantes como modo dominante de falar ao povo e dizer pelo quê luta o PCdoB; procurar-se-á desenvolver a acumulação de forças partidárias nas três vertentes da luta institucional, da luta social e da luta de idéias, passando estes a serem efetivos ins- trumentos da ação partidária. A direção organizativa precisa assumir novos conteúdos e modos destina- dos para dar suporte a essa política.
  4. A direção organizativa se voltará mais decidida- mente a dirigir efetivamente por meio da política de quadros do 12º Congresso e organizar de fato a vida militante desde a base. Em combinação com a direção política isso é a garantia de governança par- tidária no sentido do papel estratégico do PCdoB. A direção organizativa comporá o movimento com uma dupla dimensão e será perseguida nas maiores cidades do país, em todas as frentes em que atua o PCdoB, ligados às prioridades do projeto político em definição para 2012. A primeira dimensão é estender as fileiras partidárias à escala de 400 mil membros até o final da campanha de 2012. O PCdoB deve se dirigir amplamente aos trabalhadores, juventude e mulheres, às lideranças da sociedade civil e da vida cultural, de Estado, científica, acadêmica etc., para abrir-lhes as portas a participar da vida política na- cional, mediante a via eleitoral, a luta social e a luta de ideias. A segunda é estender a vida partidária associativa dos militantes, de formas flexíveis e va- riadas, em volume mais extenso e duradouro, des- de a base. Esse diferencial próprio do PCdoB é um patrimônio a ser cultivado como modo de elevar a consciência política, as convicções e a ação política em todos os terrenos da sociedade, designativo de um partido de caráter autenticamente orgânico em prol da luta pelo socialismo.
  5. A melhor estruturação e saúde partidária solici- tam fortalecimento dos sistemas de direção, cons- truindo instâncias diretivas capazes e realizadoras, coesas e comprometidas. O sistema de direção fortalecerá secretarias executivas com condições de estrutura humana e material para realizar efe- tivamente o trabalho requerido, efetivos meios de comunicação entre a direção e a militância, efetiva integração segundo um plano único entre todas as secretarias executivas da direção. O sistema de dire- ção será alargado com fóruns de macrorregião sob coordenação das comissões políticas, ampliando a esfera dos quadros que o integram. Será, ainda, aprimorado com mais justa dialética entre o papel indispensável dos comitês na definição de rumos, as comissões políticas como vértice da condução dos trabalhos e as secretarias como responsáveis pela direção concreta em cada frente, institucionalizando de modo transparente e democrático tais funções.

IV

  1. Os participantes do 7º Encontro concordam que es- ses objetivos terão como ápice os processos de con- ferências municipais e estaduais de 2011 onde se fará a construção do Projeto Político Partidário para cada município, fazendo a tradução mais concreta do proje- to estratégico e tático do PCdoB. Este é ano em que se dedicam maiores esforços ao labor partidário. Nesse sentido, em cumprimento das assertivas acima, dire- ção nacional, estaduais e locais se comprometem a:
  2. Promover uma revisão organizativa das bases mi- litantes nas cidades elencadas neste Encontro, para efeitos das Assembleias de Pressupostos da re- visão serão fixar lócus de atuação dos militantes de modo mais definido e duradouro. Especialmente nas capitais, e nas grandes concentrações de trabalhado- res, em sintonia com as Resoluções do 2º Encontro sobre Questões de Partido a revisão considerará as relações de trabalho como forma mais necessária de associação dos militantes, com base no projeto polí- tico traçado, e se apropriará do amplo manancial de formas organizativas presentes no Estatuto do PCdoB.
  3. Nos Comitês Municipais, também, o modo de dire- ção organizativa predominante se dará mediante fó- runs de quadros intermediários entre os integrantes de comitês auxiliares, destinado a fixar permanente- mente pauta e agenda de atividades, e controlar o desenvolvimento das propostas. Sob comando dos quadros intermediários, serão constituídos fóruns de quadros de base, como modo de implantar e ali- mentar o trabalho das bases militantes, reunindo-os regularmente, fixando pauta e agenda das atividades, exercendo o controle e o apoio às atividades das or- ganizações de base.
  4. É impostergável a necessidade de instituir Departa- mentos Estaduais de Quadros, centro do trabalho de direção organizativa, composto com estrutura humana e material à altura do que representa a resolução do 12º congresso do PCdoB em 2009. A formação de secretários de organização poderá conhecer uma nova rodada nacional de cursos voltados a alavancar esse modo de direção organizativa e garantir o cumprimento desta Carta-compromisso.
  5. Na campanha de filiação que terá ensejo em 2011, se ampliará a difusão do Programa Socialista entre o povo e também nas fileiras partidárias, à es- cala de milhões.
  6. A Carteira Nacional Militante, a par de seu senti- do estatutário e fator de educação partidária, será implantada em escala obrigatória para as próximas conferências para assegurar direitos dos militantes em eleger e ser eleito a funções de direção partidária.
  7. O Encontro incorpora igualmente as orientações traçadas pelas diversas secretarias de direção nacio- nal em reforço ao trabalho de estruturação partidá- ria, que serão apresentadas na ocasião.
  8. O vanguardeiro Portal da Organização, uma rede so- cial dos militantes a serviço do debate da construção e ação partidária, será instrumento progressivo para estimular a vida militante de Ele permitirá que os militantes se comuniquem e associem entre si de modo não presencial, sinalizem as direções sobre as demandas da construção partidária, programem ações de combate e propaganda onde atuam. Auxiliará, do mesmo modo, com respeito à implantação em esca- la integral da política de quadros. É instrumento a ser apropriado por todos e todas na vida partidária, inclusi- ve como modo de debate permanente sobre a linha de estruturação partidária já nas conferências vindouras.

V

Na realização desse programa de trabalho, a direção nacional, em apoio ao esforço desta Carta compromisso, inovará o curso do militante de base, em substituição ao Curso Básico em Vídeo; renovará o papel do órgão central do PCdoB, A CLASSE OPERÁRIA; intensificará o trabalho de formação com apoio nas seções estaduais da Escola Nacional; aprimorará o papel dos órgãos de propaganda como a Fundação Maurício Grabois e a revista teórica, política e de informação. Será instituído um sistema de gestão integrada (em rede) para o trabalho da Comissão Política Nacional no papel de direção geral efetiva em todo país. O Departamento Nacional de Quadros João Amazonas avançará em estruturação, em consórcio com Departamentos Estaduais que serão instituídos em todos os Comitês Esta- duais sem exceção, com base na Rede Quadros já instituída. Será lançado o projeto Estudos Estratégicos do PCdoB, mais um instrumento para formação da futura geração dirigente nacional do PCdoB, sob responsabilidade do Departamento de Quadros. Será fortalecida a construção de base material mais avançada. Por fim, já foi reforçada a Comissão Nacional de Organização, passando a contar também com integrante do RS e AM a partir de agora, e contando com uma fração para cada região do país, de modo a reforçar o controle da implantação das medidas organizativas em todo o país.

VI

  1. Ousar lutar e ousar vencer é consigna também na grande gesta histórica que é a construção de um PCdoB forte e temperado no país, de caráter revolucionário e militante, que luta pelo socialismo, num período de acumulação de forças. Um partido que se orgulha, hoje como sempre, de ser o que mais dedica energias ao trabalho de construção da forma partido, porque convicto de que sem uma força desse tipo vi- tórias são efêmeras; a maior de todas as vitórias será a consecução da estratégia para o socialismo no Brasil. Considera, igualmente, ser essa uma contribuição notável à democracia brasileira, fortalecendo os par- tidos políticos com coerência, em prol da luta pelas liberdades, prosperidade e um sistema social solidário para os Por isso, rechaça intentos de reforma política que soneguem direito ao povo de se ver representado por meio do voto, que desrespeitam o pluripartidarismo democrático e a representação das minorias. Defende com vigor o voto em lista e o financiamento público que são armas efetivas para fortalecer os partidos políticos brasileiros.
  2. O PCdoB sempre agiu nesse intuito libertário e civilizador e o faz até este momento em que inicia a jornada do nonagésimo ano de fundação. Isso nos impulsiona a elevar a identidade comunista do PCdoB, cuja necessidade avulta nos tempos presentes em que crescem as pressões ideológicas e políticas pelo rebaixamento do papel estratégico do partido Com o legado que recebemos desde os fundadores de 1922 e que se estende às várias gerações de comunistas construíram o partido, com destaque para aqueles que, em 1962 empreenderam sua reorganização revolucionária, legado que também advém da luta travada no 8º congresso para extrair lições da crise do socialismo, no enfrentamento da onda neoliberal, até a reformulação programática, estratégica e da construção partidária renovada, queremos seguir adiante para legar às gerações futuras de comunistas um partido consciente de sua indispensabilidade para transformações revolucionárias, forte, combativo e unido, para servir ao povo trabalhador e ao Brasil. A realização de uma rica e diversificada agenda de comemorações dos 90 anos do Partido desde os municípios e suas bases faz parte do esforço por sua afirmação e construção
  3. Os participantes do 7º Encontro manifestam confiança nos rumos da corrente comunista dos brasileiros e tudo farão para honrá-los, como se honram de constituir o mais antigo partido do Brasil e da história de incontáveis heróis, anônimos ou não, que permitiram que nós, participantes do 7º Encontro, possamos seguir no mesmo caminho, renovado em conteúdos, mas com as mesmas esperanças históricas. 

Resolução da Comissão Política Nacional do PCdoB ratifica deliberações da Carta-Compromisso do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido

Dirigentes comunistas de duzentas das maiores cidades do país, reunidos no 7º Encontro Nacional sobre Questões de Par- tido, estão convencidos de que as eleições de 2012 são a grande oportunidade para o PCdoB apresentar-se como alternativa política elei- toral efetiva. Entendem ser esse o caminho avançado para acumular forças e disputar posições de poder que ajudem a avançar a luta dos brasileiros.

Apontaram a necessidade de definir uma orientação arrojada, sabedores de que a batalha eleitoral coloca desafios que não se restringem apenas à disputa do voto, mas envolve também a luta de massas e a luta de ideias. Concluíram, particularmente, ser necessário alavancar a organização comunista, dando nova qualidade ao trabalho de estruturar o partido desde a vida militante de base até os órgãos e quadros dirigentes.

A direção nacional do PCdoB saúda tais conclusões do exitoso Encontro Nacional, realizado em São Pau- lo, nos dias 16 a 18 de abril, com a participação de mais de 500 dirigentes e militantes comunistas de to- dos os Estados, além de membros do comitê central, presidentes estaduais, parlamentares e outros líderes partidários.

O PCdoB tem plenas condições de dotar sua organização política de mais vida militante para alcançar, até o próximo congresso, 500 mil membros com consciência política avançada e compromisso na luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento e pelo socialismo. O movimento por mais vida militante deve ser decididamente apoiado pelas direções políticas em todos os níveis e solicitam inúmeras tarefas no campo comunicacional e de formação. Nenhum dirigente comunista deve abdicar deste nobre esforço coletivo, seja qual for sua esfera de atuação.

A prática de um novo modo de direção organizativa será o teste decisivo para a carta-compromisso no in- tento de dirigir e organizar, de fato, a vida militante desde a base por meio da mais eficaz aplicação da política de quadros. Será preciso pôr em evidência várias dezenas de milhares de quadros de base, por meio de outros muitos milhares de quadros intermediários. Isso é o que permitirá nuclear com clareza os militantes e definir a pauta e agenda das atividades das organizações partidárias de todos os tipos, sempre sintonizadas com a realidade e a conjuntura específicas de cada localidade e respeitando o perfil de cada atividade. É a condição prática, em resumo, para a militância mais extensa e regular na vida partidária, a partir de um profundo movimento de revisão organizativa que alcance toda a militância das maiores cidades do país, fixando com clareza onde vai atuar o militante e o que vai fazer.

O contingente esclarecido e dedicado dos quadros de base e intermediários é o alicerce dos comunistas para dialogar com o povo, compreender seus anseios, abraçar as lutas de massas, elevar a inserção social dos comunistas e ser, consequentemente, o suporte às vitórias políticas pretendidas pelo PCdoB. Por isso, eles serão o alvo prioritário máximo da política de quadros em todos os Estados, concernente ao trabalho dos departamentos estaduais de quadros.

O compromisso que o Encontro propôs e gerou, acolhido com entusiasmo pelos participantes, é uma onda que deve se espraiar por toda a organização partidária, revolucionar a vida interna do PCdoB, adequá-la aos desafios apontados e comprometer toda a militância e todos os quadros.

As conferências de 2011 serão a oportunidade de ouro para pôr em andamento esses objetivos em todo o país. Direções municipais e estaduais mais fortes, construídas com espírito democrático e rigor no compromisso com a linha e a unidade partidária em torno de projetos políticos bem definidos para colocar o trabalho partidário em sintonia com as exigências políticas e as demandas da militância de base.

O Encontro ressaltou que o crescimento e fortaleci- mento partidário é uma jornada que exige igualmente a elevação da identidade socialista do PCdoB, o reforço do sentido estratégico de sua luta e das fronteiras que definem sua vida militante unitária. São questões substanciadas no Programa Socialista e no Estatuto do PCdoB, no seu estudo, debate sistemático e difusão na sociedade.

Em 2012 e anos subsequentes serão colhidos os esforços semeados no impulso do 7º Encontro Nacional, para chegar aos 90 anos de fundação com um PCdoB ainda mais forte e com saúde política, ideológica e organizativa. Renovado, mas com o mesmo compromisso revolucionário a serviço do povo trabalhador, da afirmação soberana da nação e do progresso social, a luta pelo socialismo no Brasil tem no PCdoB e seu Programa Socialista, um esteio indestrutível.

Ao ratificar a carta-compromisso aprovada no 7º Encontro, como documento que se incorpora à linha geral do PCdoB, a direção nacional conclama todo o partido à luta consequente, arrojada e confiante para transformar o compromisso firmado em realidade viva, com originalidade e força, para além da retórica ou visões modeladas da vida partidária. A decisão re- presenta, ao mesmo tempo, o compromisso da direção nacional em alcançar os objetivos propostos.

A Comissão Política Nacional

1ª Reunião Extraordinária

São Paulo, 28 de abril de 2011

Informe de Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, ao 7º Encontro sobre Questões de Partido

 Saúdo a presença dos militantes comunistas de todo país!

 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido se realiza em condições inéditas na historia política do Brasil. Vivemos a terceira vitória das forças democráticas, progressistas, populares e de esquerda. O PCdoB apoia e luta pelo êxito do governo Dilma Rousseff — e dele faz parte.

Entretanto, neste Encontro, o foco de nossas atenções é de como cuidar do Partido, preocupação que somente um Partido como o PCdoB — em nosso país – pode estar imbuído deste propósito. Mais especificamente vamos nos concentrar no debate sobre o novo modo de direção organizativa, como propõe nosso secretário de organização, Walter Sorrentino.

Mas, na concepção do PCdoB, política e organização compõem um sistema único e articulado. A política somente se torna força motriz efetiva para as trans- formações com a organização. É sabido que a organização serve a política. Uma política justa é que pode permitir uma organização estável. Na condução da luta, para seu êxito, definida a política, é uma exigência traçar o modo de organização. E a organização de um partido comunista, revolucionário, tem seus princípios e formas próprias, que avançam conforme as necessidades de cada tempo político.

Em função dessa relação sistêmica vou pontuar questões, que consideramos significativas na nossa orientação política, base para nossa definição organizativa.

O desenvolvimento da condução política deve emanar do nosso Programa. O Programa Socialista do PCdoB, aprovado no 12º Congresso, é atual e concreto. Esta é a sua particularidade e seu grande avanço em relação aos precedentes. Está situado na marcha da historia política brasileira – seu rumo (a estratégia) é alcançar o 3º passo civilizatório, a transição para o socialismo.

E o caminho (a tática) para seguir esse rumo está situado no curso político atual, é a concretização de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, de senti- do democrático, soberano e popular. Este caminho é o meio para a acumulação de forças, para atingir a viragem revolucionária, tendo como grandes tarefas a luta no plano institucional, a luta de massas dos trabalhado- res e popular e a luta no terreno teórico e ideológico.

Por conseguinte, o avanço do PND — como define nosso Programa, nas condições atuais — depende das vitórias eleitorais das forças democráticas e populares, nas eleições nacionais. A vitória de Dilma Rousseff permite a continuidade e o avanço do PND. O revés eleitoral teria impedido este caminho.

Na última Reunião do Comitê Central, de 20 de março, indicamos o centro da nossa orientação tática: Lutar pelo Avanço no Governo Dilma e Fortalecer o PCdoB. Todo desenvolvimento da nossa política atual parte dessa base. Ou seja, impulsionar o governo no rumo democrático, nacional e popular e construir o Partido no curso desta luta, tornando-o capaz de alcançar seus objetivos maiores.

O governo Dilma, do qual participamos, situa-se num tempo em que prevalece uma tendência de transição do sistema de poder mundial. A luta por uma nova ordem internacional política, econômica e social g nha maior intensidade e dimensão. Nesse sentido é emblemática a recente Reunião em nível de chefes de Estado dos Brics (agora com a participação da África do Sul), como forças novas em ascensão. E, por outro lado, a decadência gradativa do centro capitalista (EUA, União Européia e Japão), agravada pela crise sistêmica mundial do capitalismo. Por isso, crescem as condições para maior avanço da luta nacional e antiimperialista no mundo, sobretudo no continente latino-americano, que já vinha em crescimento.

Sem um Partido forte, as vitórias são improváveis e os êxitos, efêmeros !

Em contra-partida, as forças imperialistas, principal- mente os Estados Unidos, perdem gradativamente seu poder de outrora, mesmo com a tática de “Smart Power”do presidente dos EUA, Barack Obama. Mas aumenta a sua sanha de domínio imperialista, sua política intervencionista e de guerra se acentua. O d reito internacional vira letra morta. Querem desesperadamente manter seus domínios de riqueza e poder. Fabricam um novo foco de guerra, não bastando seu atolamento no Iraque e no Afeganistão.

Portanto, o mundo atual é instável e perigoso, próprio de uma situação histórica nascente, que abre caminho, para uma nova ordem mundial. Esta conjuntura internacional deve ser aproveitada, para o avanço, pelas forças democráticas e revolucionárias como atualmente acontece no Norte da África e no Oriente Médio, e na chamada periferia do sistema.

A situação do Brasil atual, como já me referi, é insólita, e favorável para as forças democráticas e populares. O Governo de Dilma inspira confiança e esperança, já demonstrada nas pesquisas atuais, na emergência de setores médios e na elevação da auto-estima do povo. A presidente fortalece a sua autoridade.

O desafio maior do novo governo consiste em manter relativamente unida uma ampla base política, heterogênea, em torno do avanço democrático, nacional e popular, sob a hegemonia do PT; e ser independente na formulação de uma política econômica, que mantenha um crescimento acentuado e contínuo, voltada para os interesses nacionais e do povo.

Surgem desses desafios duas questões nodais, que devem ser resolvidas:

  • Fortalecer a coalizão de governo superando práti- cas hegemonistas e exclusivistas, para o êxito da fren- te governista;
  • Redirecionar a política macroeconômica, por uma orientação econômica desenvolvimentista e de pro- gresso nacional e social.

A primeira questão pode ser solucionada com o fun- cionamento de um Conselho Político que exerça de fato seu papel. Mas, sobretudo, com a existência de um núcleo permanente de discussão e formulação política, formado pelos Partidos mais comprometidos e conseqüentes de sustentação do governo. E o res- peito por todas as forças na participação do governo.

A segunda questão pode ser encaminhada com o de- bate e a luta pela formulação de uma alternativa políti- ca econômica progressista. Também na última Reunião do Comitê Central, com a finalidade de contribuir para o debate, aprovamos uma Resolução sobre a Situação Econômica, na qual propomos idéias e medidas para uma nova alternativa de orientação econômica.

Agora, melhor conhecendo os intentos do governo e no debate inicial que estamos realizando com econo- mistas próximos, vamos constatando que amadure- cem as condições para uma transição a novos para- digmas anti-neoliberais. Há uma correlação de forças mais favorável (Caso da mudança do presidente da Companhia Vale S/A).

Na conjuntura atual, o governo tem expressado que seu objetivo é incentivar o crescimento. E, no mo- mento, diminuir o ritmo das demandas e das despe- sas (que continuam crescendo), visando sustentar o desenvolvimento (metas para até 2014 chega a 6,5% do PIB). Fortalecer a oferta e elevar a produtividade do trabalho com aumento da taxa de investimento (este ano o objetivo é atingir 21,9% do PIB). E há um entrosamento maior entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central.

As soluções justas para a situação econômica conjun- tural podem ser o começo para conformação de uma nova linha econômica. No conteúdo dessa questão há um debate central: sobre os juros altos e a sobre- valorização cambial. Para desatar esse nó perverso, devemos concentrar, em primeiro lugar, a solução na queda dos juros. Esta é a posição da presidenta Dilma. Concordamos com isso. Em grande medida, a sobrevalorização do Real é originaria da elevada taxa de juros que suga grandes volumes de dólares para a especulação financeira. Fornece assim alimento para crescimento do capital rentista, parasitário, não destinado à produção. A presidenta fixou um objetivo: até 2014 conduzir a taxa real juros ao nível médio da economia mundial, contribuindo para o amplo desenvolvimento nacional.

No âmago desse debate está o problema de como enfrentar a inflação, mantendo-a sempre em níveis baixos. Na presente conjuntura, o combate à inflação pelo novo governo passou a ser um problema político central. É onde a oposição em geral pressiona mais o governo. Mesmo analistas próximos de nossas idéias dizem que se a inflação chegar a 10%, o governo pode perder seu prestígio e a oposição hoje contida, poderia crescer. Isto pode ocorrer pelo impacto do que significa a inflação na memória da maioria da população.

É também na forma atual de combate à inflação que se manifesta nova orientação pelo governo. Não adotar a fórmula que vinha sendo seguida de se fixar no centro da meta da inflação e alcançar esta meta, num período curto, não importando a queda do nível do desenvolvimento. Ao contrário, agora, se leva em conta uma faixa maior da meta (4,5 + 2= 6,5), buscando o centro da meta num período mais largo. E procurando outros meios de contenção da inflação que não somente o aumento de juros. E considerando as causas da inflação, qual setor em que ela é mais aguda, qual a elevação conjuntural, situação que implica em inflação importada, etc, para uma atuação mais dirigida e específica, não implicando em aumento geral dos juros. Por tudo isso, a crítica conservadora faz proselitismo de que a Presidente se arrisca.

Hoje, a situação política do novo governo é mais favorável, conta com uma correlação de forças melhor no Congresso Nacional, e a oposição se encontra disparatada e sem rumo. No plano externo constrói parcerias internacionais que eleva a influência do Brasil no cenário internacional em transição. Diante disso, a nossa conclusão é que o governo Dilma pode ser mais ousado na aplicação de uma linha de desenvolvimento econômico progressista, e avançar nas reformas estruturais, firmando a perspectiva de um novo Brasil, soberano, democrático e de progresso social.

A última Reunião do Comitê Central do PCdoB orientou pela realização de 7 tarefas. Elas se inserem no processo de acumulação de força partidária, ou seja, buscar e lutar por uma vitória eleitoral maior que em 2008, nas eleições de base municipal de 2012; galgar uma vinculação maior com o movimento social e de massas buscando a unidade popular para o avanço do governo; defender o Programa Socialista do Par- tido; avançar nas reformas estruturais; elevar o pata- mar da construção do PCdoB; promover a expansão do Partido, fazer crescer a sua influência e sua autoridade, numa situação em que abre maior espaço para existência do Partido. Por isso mesmo é uma situação favorável e ao mesmo tempo prenhe de ameaças. O Partido já incomoda. Tenta-se jogar o Partido numa vala comum através de campanhas sórdidas e fabricadas. Mas, a vida fala mais alto.

Neste momento, a ameaça maior surge de uma Reforma política, até agora impotente para uma mudança sistêmica do processo eleitoral e partidário (diferenças básicas entre os três partidos maiores) que, no entanto, buscam um consenso favorável para a sus- tentação e crescimento apenas dos partidos maiores. Em detrimento de um Partido como o PCdoB.

O móvel da convergência é apresentado como a última palavra, no “aprimoramento” eleitoral: fim da coligação nas eleições proporcionais. Na verdade é uma atitude de tentar reduzir os expedientes que permitem maior articulação e alianças políticas, necessárias ao avanço democrático. Favorece o monopólio do voto em torno de um punhado de partidos. A coligação nas eleições proporcionais não é obrigatória. É um dispositivo que busca convergências políticas, natural na luta eleitoral. Já estamos lutando há mais de 20 anos contra essas investidas antidemocráticas e vamos continuar a luta, levando em conta a particularidade atual. O ex-presidente Lula se dispõe a reunir os Partidos de esquerda visando a uni-los em torno de um rumo para a reforma política.

Por fim, a tarefa da elevação e atualização da construção partidária no terreno da organização. Pela importância dessa tarefa, e sua essencialidade na construção partidária de hoje, estamos realizando este 7º Encontro.

O PCdoB é um partido singular, por ser comunista, revolucionário, por ter uma base teórica definida, um Programa único, partido constituído de quadros e militantes organizados. É um Partido de trabalhadores, mulheres, jovens e negros. É um Partido permanente, não é somente para as eleições. Ao mesmo tempo é um Partido que luta para ter a cara do Brasil, tendo alcançado uma expressão significativa na história política brasileira. Agora, começamos a preparar as comemorações dos 90 anos de sua existência ininterrupta. Essa extensa trajetória histórica, nas condições do Brasil, já expressa essa singularidade do PCdoB.

Diante do novo tempo em que vivemos temos a convicção de que não se realizará as mudanças mais pro- fundas no Brasil, sem o Partido Comunista do Brasil. Para isso o PCdoB tem de estar à altura das tarefas mais elevadas. Como sempre, os desafios nos tornam mais fortes. Sem um Partido forte as vitórias são improváveis e os êxitos, efêmeros.

Repetindo o lema deste 7º Encontro: Vamos construir um Partido do tamanho das nossas ideias!

 Renato Rabelo
Presidente Nacional do PCdoB

Intervenção inicial de Walter Sorrentino

 Companheiras, companheiros

Quando inauguramos o Portal da Organização tivemos a contribuição de um camarada de Macau, do RN, Nildo. Não conhecemos pessoalmente Nildo, mas ele produziu notável síntese:

“O Brasil não precisa do PCdoB para amanhã, mas sim para hoje, pois já temos bagagem, ou seja, elementos teóricos suficientes para o funcionamento pleno de um partido, quiçá de uma nação. Atualmente é a falta de disponibilidade dos “condutores do partido” junto às bases que precariza a organização interna. Feita a correção, o partido terá o tamanho das nossas ideias”.

 Este é o lema de nosso 7º Encontro. Nessa oração está contido todo o desafio e potencialidade para romper limites na construção do PCdoB hoje. Com o Programa Socialista produzimos potente reformulação programática e estratégica da nossa luta. Com a renovação do arcabouço da linha política de estruturação partidária temos as ferramentas justas para impulsionar o PCdoB à escala dos 500 mil membros até o 13º Congresso.

Hoje é dia de levar todo esse arsenal para fortalecer a vida militante de base do partido. Vamos retomar essa luta permanente, agora em condições mais favoráveis. Queremos forjar o compromisso neste 7º encontro.

O PCdoB não é apenas um partido maduro quanto ao que quer, ao que propõe para o Brasil. Não é tampouco apenas o mais antigo partido político do país, sempre em atividade permanente desde 1922. É ainda hoje o partido que mais dedica energias à organização militante e consideramos isso grande serviço à luta pelo socialismo tanto quanto à democracia no Brasil. Um partido do presente para antecipar o futuro.

Queremos ser do tamanho dessas ideias avançadas. A hora é de falar a vocês, membros dos comitês municipais. Jamais o conseguimos antes, nesta escala. Vocês são hoje o elo que decidirá o rumo pretendi- do. Vencemos relativamente a batalha histórica da consolidação de Comitês Estaduais em todo o país. Agora, é hora de avançar e consolidar o papel dos Comitês Municipais. Ajudem-nos a falar cada vez mais a vocês e à militância de base, diretamente.

Essa luta vem de longe e vem sendo vitoriosa, haja vista este Encontro inédito. Queremos avançar. Sem- pre dissemos que não haverá estruturação militante mais extensa e duradoura desde a base sem comitês municipais consolidados. Mas é hora de dizer que, sendo isso absolutamente necessário, não é sufi- ciente para garantir vida militante de base. É preciso retificar concepções e práticas nesse terreno, e isso envolve todo o trabalho de direção, indistintamente. Envolve em especial, como veremos, um novo modo de direção organizativa.

 O chão em que perseguiremos essa luta nos foi dado pelo informe do presidente nacional, Renato Rabelo. Nele se traduzem os desafios estratégicos do ponto de vista tático, dos caminhos a percorrer.

Precisamos partir disso para um partido mais forte eleitoralmente, na ação política e de massas junto aos movimentos sociais, na luta de ideias. Precisamos de maior inserção na sociedade, para falar a todos os trabalhadores e todo o povo. Nosso alvo são os trabalhadores, os jovens, as mulheres, as forças intelectuais que debatem o rumo do Brasil em cada área de atuação, todo o povo trabalhador em nosso país. O projeto político que apresentamos tem uma adesão social determinada, falamos e representamos a esses setores, e isso precisa se intensificar, pois é a força motriz de tudo que fazemos e representamos.

Por consequência, queremos também o partido maior, mais estruturado desde as bases militantes, como suporte às vitórias políticas pretendidas. A linha política de estruturação partidária aponta para um partido comunista de quadros e de massas, com a cara do povo brasileiro, que cultive o sentido estratégico de nossa luta por novo projeto nacional de desenvolvimento como caminho para o socialismo. Um partido com identidade socialista perante o país, que tenha fronteiras definidas quanto ao que seja ser membro do Partido. Um partido igual aos demais no cenário brasileiro, mas profundamente diferente, pois luta por seu Programa determinado, formula um projeto político único a cada momento que deve compromissar todos com unidade e disciplina, e tem caráter militante comprometido.

Como se sabe, os partidos políticos no Brasil são as instituições que menos têm confiança da população. Isso é fruto do sistema político viciado, que consagra o voto individual e o financiamento privado das campanhas eleitorais. Nós damos a resposta a isso me- diante nossa prática, em meio a grandes dificuldades de toda ordem. Por isso valorizamos e nos congratulamos com toda a militância do PCdoB que não mede esforços cotidianamente. Mas também lutamos decididamente pela reforma política democrática que institua o voto em listas partidárias e o financiamento público das campanhas. É a medida que, isoladamente, mais reforçaria o caráter do PCdoB, provavelmente o que mais se beneficiaria dela.

Isso se soma às dificuldades atuais por construir força revolucionária hoje e sempre. Atualmente são mais fortes as pressões tendentes a rebaixar o papel estratégico do partido. Contra isso lutamos desde o 10º congresso, com franqueza e transparência. Temos um Comitê Central e 27 comitês estaduais unidos, uma bancada federal unida, quadros em extensão crescente que compreendem essas pressões e as combatem. Mas é hora de atualizar, desenvolver e ajustar a luta contra essas pressões com mais intensidade. O Comitê Central apresentou diretivas nesse sentido.

Apresentam-se, há algum tempo, manifestações negativas principais. Está cada vez mais complexo coesionar o partido em torno de um projeto político justo e válido para todos. A política é atividade essencialmente conflitiva e está cada vez mais competitiva nas eleições. Isso se reflete no partido. Se direções não têm capacidade, habilidade ou dedicação para isso, não se alcança coesão.

De outra parte, há projetos pessoais ou núcleos de poder que se constroem na vida partidária nas insti- tuições sociais e políticas. Se eles não se põem a ser- viço do projeto coletivo, no âmbito dele, respeitando as instâncias de direção, também nada feito. Temos que lembrar que os poderes alcançados são fruto do trabalho coletivo de todo o partido e, portanto, de- vem servir à construção partidária.

Ambos esses desvios estão cada vez mais questiona- dos pelo coletivo quando se unilateraliza a disputa institucional, em detrimento da inserção social do partido e demais frentes de luta. Sem equilíbrio entre as três linhas de acumulação de forças se distorce a construção partidária de sentido estratégico, a ação do partido tem pernas curtas.

Nossa resposta tem sido clara: tratamos de nos contrapor com mais frontalidade a projetos que se querem acima e por fora das direções partidárias; imprimir mais autoridade e força às direções parti- dárias para conduzir o projeto único, de todos e em nome de todos; e fazer com que todos os quadros de direção liderem com maior ênfase o discurso da estruturação partidária. Vamos pôr o coletivo par- tidário no comando, com a orientação política no posto principal, em torno de um projeto bem defini- do a cada momento, integrando nas instâncias parti- dárias tanto os dirigentes internos quanto os líderes mais influentes do partido. A estes pedimos que se integrem a esse esforço, ajudem a liderar esse dis- curso, eduquem a militância de base. Juntos somos mais fortes; se projetos pessoais se põem acima do coletivo, nos enfraquecemos. Vamos elevar a auto- ridade e força das direções para falar em nome de todo o partido e conduzir o projeto político de for- ma coesa.

Há, por último, o hiato organizativo de um partido que cresce, mas subestima a necessidade de organi- zar a militância desde a base, alimentá-la em sua ati- vidade permanente. É uma pressão enorme pela dis- persão da atividade militante. O núcleo permanente de militância existe, mas é pouco extenso ainda.

Não obstante isso tudo, é preciso dizer que são fa- voráveis as condições do Brasil avançar, como afirma Renato Rabelo, e são favoráveis portanto as condi- ções para o PCdoB se afirmar ainda mais no cenário político brasileiro. Ele cresce em influência, se apre- senta maduro pelo quê luta, renovado em feições e linhas de construção, e tem fileiras à escala de 300 mil membros. E tem uma militância valorosa. Será preciso persistir por muito tempo ainda na linha de estruturação partidária que definimos, não obstante ajustes e desenvolvimentos que ela solicita hoje, e re- tificações quanto à vida de base militante.

A linha apresentada ao debate do 7º Encontro fixa di- retrizes, objetivos e metas. O PCdoB precisa crescer ainda mais, manter abertas as portas às lideranças da sociedade e ao povo trabalhador. Queremos chegar a 400 mil membros até o final da campanha de 2012 e 500 mil membros até o 13º Congresso. Isso só será possível se organizarmos o contingente em organiza- ções partidárias dos mais diversos tipos e feições.

Queremos mais extensa e regular estruturação mili- tante desde a base. A rigor, nenhum militante de par- tido pode ficar sem relações associativas para a ação do partido na luta política, social e de ideias, esteja atuando onde estiver. É algo que assegure a presen- ça regular do PCdoB junto ao povo, não apenas nos períodos eleitorais. Algo que possa mostrar o dife- rencial positivo do PCdoB de não ser apenas partido de “correligionários”, mas de gente consciente, unida em torno do projeto determinado, e atuante na so- ciedade de modo onipresente.

Esse é o principal desafio que apresentamos para o 7º Encontro.

Dentre tudo que isso implica quero destacar a ne- cessidade de instituir, em todas as direções, a liderança no discurso da linha política de estruturação partidária. Ela é rica e complexa, por isso precisa ser estudada e aplicada por todos, não apenas pela esfera da organização.

De todo modo, como já se disse anteriormente, será preciso ajustar o modo de direção política e organiza- tiva que de fato valorize, estimule e pressuponha vida da base militante. Se, nas grandes batalhas políticas, o trabalho de base é indiferente ao sucesso do pro- jeto, não haverá bases estruturadas, a militância se dispersa e se desmotiva.

Pensamos numa direção política que estimule ativi- dade regular dos militantes junto ao povo e à socie- dade. Pensamos em campanhas regulares dos mili- tantes comunistas na sociedade, capazes de mostrar ao povo em cada momento pelo que lutamos, nossa solidariedade, generosidade de ideais, clarividência política para alcançar maiores conquistas do povo. As reformas estruturais democráticas apontadas em nosso Programa são bom exemplo de campanhas regulares militantes; outro exemplo é a distribuição massiva do Programa Socialista entre o povo tra- balhador, ligado às comemorações dos 90 anos do PCdoB. Nem é preciso dizer, também, a atividade regular de formação da consciência política dos mi- litantes e do povo. Reitero: isso implica que todos os quadros, sobretudo os de maior influência e lideran- ça, nos ajudem nesse discurso e dêem exemplos coti- dianos nesse rumo.

Política e organização formam um bloco orgânico, não se dissociam. A organização materializa a polí- tica; na verdade se organiza a aplicação da política decidida. Então, se a organização serve à política, é hora de a política servir mais à organização, no sen- tido de ajudar a organizar a militância de base. Sem política justa não há organização estável; dada uma política justa, entretanto, a batalha pelo seu sucesso se decide na capacidade de organizar e mobilizar os militantes e o povo.

Quero falar agora, particularmente da direção or- ganizativa, um dos principais temas deste Encontro. Quero falar expressamente de novo modo de dire- ção organizativa.

 Estimular vida militante mais extensa e definida, não nos iludamos, é bem difícil e complexo. De certo modo, luta-se contra a corrente na sociedade atual, marcada por dispersão, individualismo, luta pela so- brevivência, desmoralização da política estimulada pelas forças reacionárias.

Que é o novo modo de direção organizativa? Embora a prática seja complexa, a resposta é simples. Dirigir organizativamente o partido por meio da Política de Quadros aprovada no 12º Congresso; e alimentar re- gularmente o trabalho de base de forma a estender o círculo dos membros do partido que atuam regular- mente como militantes.

Política de quadros e vida militante de base confluem no mesmo rumo. Quadros são a essência do partido comunista; e bases partidárias só existem, em primei- ro lugar, se de fato houver quadros intermediários e de base atuando como pivôs da sua atividade regular.

Na política de quadros a necessidade é a de promo- ver à escala de dezenas de milhares os quadros in- termediários que integram os Comitês estaduais e os comitês municipais. O sistema foi fortalecido com a instituição dos fóruns de macrorregião nos maiores Estados. Isso amplia a esfera dos quadros que assegu- ram a construção e unidade partidária. Fornece-nos o círculo dos quadros de maior responsabilidade que serão alvo permanente da política de quadros. Preci- samos voltar decididamente a direção organizativa a conhecê-los, formá-los e apoiá-los em tarefas desa- fiadoras.

E mais: será preciso estender essa concepção organi- zativa também para os comitês municipais para que apóiem o trabalho das bases militantes. Quer dizer, precisamos não só do círculo de quadros intermedi- ários, que asseguram a ligação entre as orientações das direções e a base militante, como também pôr sob a direção desses quadros intermediários um am- plíssimo círculo de quadros de base, diretamente res- ponsáveis pelo funcionamento de bases partidárias.

Os quadros de base, já afirmei anteriormente, são uma espécie de “elo perdido” na tradição organizati- va do PCdoB, partido que acumulou mais de dois ter- ços da vida na clandestinidade ou ilegal. Ocorre que será preciso recuperar esse elo perdido, valorizá-los, formá-los, prestigiá-los, medir seu trabalho pela ca- pacidade de dar vida regular às organizações de base na luta do povo. Sem quadros de base não haverá vida de base no partido. Eles formam o batalhão da linha de frente da atividade partidária junto ao povo e, se são bem orientados, garantem o sucesso políti- co e mesmo eleitoral do partido.

Vamos insistir nisso: bases partidárias carecem de ter quadros experimentados e dedicados como pi- vôs. Sem isso, espontaneamente, elas se dispersam na atividade. E, o que falta, em segundo lugar, essen- cialmente, é estabelecer a cada momento a pauta e agenda das atividades. Pauta, agenda e quadros de base: essa a chave para dar vida mais duradoura às bases, tendo por moldura o projeto político e a pauta de luta que o partido traçou.

Nosso foco no novo modo de direção organizativa é, então, instituir esses círculos de quadros, em sucessi- vos níveis, constituindo de fóruns de quadros interme- diários que se reúnem periodicamente para controlar o trabalho, e fazer com que eles reúnam regularmente fóruns de quadros de base sob seu comando. Uma lo- gística organizativa determinada, é isso que é necessá- rio, para dar suporte ao projeto político.

A direção organizativa não dirige instâncias – isso é responsabilidade de toda a direção. Ela dirige, sim, os quadros que são a seiva daquelas instâncias, ga- rantem a unidade e asseguram a ligação com a base. Preparemo-nos para isso: ouviremos muitas deman- das reprimidas da militância com respeito ao apoio recebido das direções!

Quadros intermediários e quadros de base são a chave do trabalho organizativo para o sucesso das conclusões que extrairemos neste Encontro, que se chama não à toa: Mais vida militante. Repito o que disse Nildo: “atualmente é a falta de disponibilidade dos “condutores do partido” junto às bases que pre- cariza a organização interna. Feita a correção, o parti- do terá o tamanho das nossas ideias”.

Pensar grande e começar já, de modo focado, esse o caminho que propomos. E isso exigirá forte logística, para o que se volta o novo modo de direção organizativa.

Comitês Municipais, quadros intermediários e de base precisam ocupar o centro da tela do radar do trabalho partidário nos Estados. Esse é um dos 3 ob- jetivos gerais da Política de Quadros do 12º Congres- so. Quanto à direção nacional, perseguirá o maior dos objetivos, que é formar a futura geração dirigente do PCdoB para os próximos 10-15 anos, contando com os comitês estaduais. Mas nunca perderemos de vis- ta que a maior escola de formação de quadros é a vida militante regular nas fileiras do partido e isso se dá desde as bases.

Vamos retomar em nova escala essa luta, repito. Rela- ções mais definidas na vida militante, em todos os lu- gares, mesmo nos entes institucionais onde atuamos. Uma vida militante flexível, dinâmica, multiforme, que se constitui em ondas sucessivas dependendo dos de- safios da luta política a cada conferência que realiza- mos. O Estatuto partidário nos dá grande arsenal para isso. O artigo “Militância mais estável em organizações definidas desde a base – ritmo líquido se infiltrando”, na página 57 do livreto, atualiza bem esse debate. Fomos, no 12o Congresso, 1597 bases registradas que realizaram assembleias de base do congresso. Pouco, muito pouco, e o próprio registro pode ser muito imperfeito. Além do que, nós sabemos, são bases que se reúnem PARA o congresso, nem sem- pre persistem em sua organização mais duradoura. Quero repetir aqui um raciocínio do artigo menciona- do, “ritmo líquido se infiltrando”.

Temos que pensar grande, no partido que queremos em 5 ou 10 anos. Mas temos que começar isso de modo focado.

 Qual o foco? Começar pelas capitais e grandes muni- cípios, em função do projeto político eleitoral priori- tária que vamos traçar!

Penso assim. Fala-se em criar condições políticas para sustentar as candidaturas majoritárias: alianças, apoios, tempo de TV. Fala-se em assegurar condições materiais, decerto. Por que não se fala em criar con- dições partidárias? Vamos vencer eleição a prefeito

com um partido débil, sem militância junto ao povo? Como vamos combater as ondas que se criam contra os candidatos do PCdoB? Os adversários são capazes de dizer que Inácio Arruda churrasqueou a mãe e ain- da fez com as próprias mãos um aborto na esposa!

Precisamos de um partido, digamos, em Porto Alegre, Fortaleza de 4 ou 5 mil militantes organizados, entre 15 e 20 mil filiados, é disso que estamos falando! Em São Paulo, uns 10 mil militantes organizados! Isso só é possível em bases bem definidas. Estamos falando, em termos nacionais, de um partido que saia das 1600 bases registradas no 12º Congresso, para algo em torno de 10 20 mil bases em perspectiva. Se cada uma delas em média tem 10 integrantes, serão 100 ou 200 mil organizados, num universo de 400 ou 500 mil filiados.

Pensar grande e começar já, de modo focado, esse o caminho que propomos. E isso exigirá forte logística, para o que se volta o novo modo de direção organi- zativa.

Por que não estabelecemos um desafio para nós mesmos? Chegar ao 13o Congresso com essa reali- dade substancialmente modificada? OBs de variados tipos de caráter e de funcionamento mais perene, à escala de vários milhares? É isso que pretendemos. Para isso, digamos, ter à vista 10 mil quadros inter- mediários e uns 20 mil quadros de base, conhecidos e dirigidos pela organização!

Vamos debater isso hoje. Se aprovado o rumo, for- mulamos o seguinte conjunto de projetos para dar impulso ao que pretendemos.

É impostergável a necessidade de instituir Depar- tamentos Estaduais de Quadros, centro do trabalho de direção organizativa, composto com estrutura humana e material à altura do que representa a resolução do 12º congresso do PCdoB em 2009. Fabiana Costa, titular do Departamento Nacional de Quadros João Amazonas abordará de forma mais discriminada o tema.

Nas conferências deste ano vamos proceder à revisão organizativa geral da militância partidária. Vamos fi- xar lócus de atuação dos militantes de modo mais de- finido e duradouro. Especialmente nas capitais, e nas grandes concentrações de trabalhadores, a revisão considerará as relações de trabalho como forma mais necessária de associação dos militantes, com base no projeto político traçado.

Nas conferências, ainda, vamos nos superar em cons- truir projeto político arrojado e direções fortes e ca- pazes, com mais rigor e compromisso.

Na campanha de filiação que terá ensejo em 2011, se ampliará a difusão do Programa Socialista entre o povo e também nas fileiras partidárias, à escala de milhões.

O Portal da Organização pode ser a ferramenta van- guardeira para a ligação dos militantes entre si. Uma rede social militante a serviço da ação e construção partidária. Eliana Ada Gasparini fará a apresentação do potencial da ferramenta.

A formação de secretários de organização poderá conhecer nova rodada nacional de cursos voltados a alavancar esse modo de direção organizativa e garan- tir o cumprimento da nossa Carta-compromisso.

Todo esse rol é enriquecido com as diretivas que se- rão dadas neste Encontro por diversas secretarias da direção nacional, que estão nas pastas de vocês. Ha- verá informações deles aqui no Encontro.

A CNO está apetrechada para apoiar esse rumo. Além do Rede Vermelha e Rede Quadros, vai reforçar o traba- lho coletivo e incorporar neste Encontro os camaradas Levino do Amazonas, novo secretário de organização estadual, e Piaia, do Rio Grande do Sul, novo secretá- rio de organização estadual. Vamos aprimorar o traba- lho da CNO regionalizada, destinada a fazer o controle periódico das medidas organizativas nos 27 Estados, em apoio à direção geral comandada pela CPN.

Vamos solicitar que toda a CPN realize mais inten- samente o trabalho de direção geral, para além dos Estados e frentes que dirigem. Para isso será criado o sistema Gestão Integrada de Direção, destinado a alimentar em tempo real a informação sobre o esta- do da situação partidária em cada Estado e a pauta bilateral existente entre a direção nacional e as dire- ções estaduais. Quiçá isso possa se estender também entre as direções estaduais e as municipais.

Tudo isso representa o compromisso da direção na- cional em implementar o rumo apresentado. Se apro- varmos a Carta-compromisso deste 7º Encontro, ela pedirá de vocês o compromisso correspondente.

Finalizo. Partido Comunista se constitui em função do Programa Socialista e da estratégia envolvida para conquistá-lo. É uma missão histórica a cumprir. Es- tamos aqui para lutar pelo socialismo, lutar pela he- gemonia desse programa na sociedade. Não há bem mais fundamental para isso que um forte partido, consciente, temperado, reconhecido pelo povo e or- ganizado de modo militante. Sem um partido assim não se conquista o socialismo. Se o PCdoB não cum- prir esses desígnios, as vitórias serão apenas táticas e efêmeras.

Quero repetir as palavras últimas da Carta-compro- misso:

“O PCdoB inicia a jornada do nonagésimo ano de fundação. Isso nos impulsiona a elevar a identidade comunista do PCdoB, cuja necessidade avulta nos tempos presentes em que crescem as pressões ideo- lógicas e políticas pelo rebaixamento do papel estra- tégico do partido comunista. Com o legado que rece- bemos desde 1962 na reorganização revolucionária do PCdoB, na luta travada no 8º congresso para ex- trair lições da crise do socialismo, no enfrentamento da onda neoliberal, até a reformulação programática, estratégica e da construção partidária renovada, que- remos seguir adiante para legar às gerações futuras de comunistas um partido consciente de sua indis- pensabilidade para transformações revolucionárias, forte, combativo e unido, para servir ao povo traba- lhador e ao Brasil”.

Espero falar em nome de todos nós: “os participan- tes do 7º Encontro manifestam confiança nos ru- mos da corrente comunista dos brasileiros e tudo farão para honrá-los, como se honram de constituir o mais antigo partido do Brasil e da história de in- contáveis heróis, anônimos ou não, que permitiram que nós, participantes do 7º Encontro, possamos seguir no mesmo caminho, renovado em conteú- dos, mas com as mesmas esperanças históricas”.

Obrigado.

Walter Sorrentino
Secretário Nacional de Organização

Intervenção de Fabiana Costa (Departamento Nacional de Quadros João Amazonas)

 Política de Quadros: cada vez mais presente nos desafios atuais do PCdoB

“(…) preparar conscientemente e com ousadia nova geração de quadros dirigentes do partido” 12º Congresso Nacional do PCdoB

Camaradas,

7° Encontro Nacional sobre Questões de Partido é um momento de grande impor- tância para o debate e aprimoramento do tema político-organizativo e dos de- safios para o próximo período do PCdoB.

O documento sobre a Política de Quadros aprovada no 12° Congresso Nacional é fruto de um intenso de- bate coletivo, contém o arcabouço político e ideoló- gico e as diretrizes cuja implementação são fatores centrais da direção política e organizativa partidária nos próximos anos.

O tema da Política de Quadros é cada vez mais ab- sorvido pelo coletivo partidário, mas ao mesmo tem- po existem muitas dúvidas em como traduzir para o nosso cotidiano partidário a gestão do nosso maior patrimônio: os quadros do PCdoB. Iremos compar- tilhar neste encontro de algumas iniciativas e ações previstas, considerando que o ano de 2011 será de intenso debate no partido, em função das Conferên- cias Estaduais e Municipais, e a eleição de milhares de dirigentes desde a base.

A Política de Quadros em consonância com o De- partamento de Quadros, tanto em âmbito nacional quanto estadual, tem por objetivos:

  1. preparar conscientemente e com ousadia nova geração de quadros dirigentes do partido,

avançados em sua formação classista e marxista, de capacidade de apreensão da realidade brasi- leira, que os capacite a discernir de mote pró- prio os fenômenos na perspectiva do projeto es- tratégico do Partido, mesclada com os quadros mais antigos e experientes.

  1. Avançar na formação de extenso contingen- te de quadros intermediários e de base, fixá-los nos seus papéis, visando pôr em funcionamento a vida partidária por intermédio Esse es- forço se concentra na consolidação dos comitês municipais e na luta por estruturar bases parti- dárias que congreguem e ponham em ação or- ganizada a militância.
  2. Avançar em políticas de quadros com respeito à juventude, mulheres, trabalhadores e quadros mais diretamente atuantes na luta de idéias, bem como em funções técnicas de assessoria e consultoria do trabalho partidário, mandatos, órgãos de governo entre outros1.

Devemos estar atentos também aos quadros que es- tão afastados do nosso cotidiano partidário e, darmos a devida atenção aos novos filiados ao partido, garantir a sua alocação e, em especial, sua formação partidária.

Com a implementação do Departamento Nacional de Quadros, o desafio agora será o de estender jun- to aos Estados a gestão dos quadros intermediários, através da criação dos Departamentos Estaduais de Quadros, devendo ser pauta das Comissões Políticas Estaduais, e que terão como foco:

  • Estabelecer um responsável pelo Departa- mento Estadual de Quadros (DEQ´s), que deverá ser preferencialmente membro dos comitê estadual, com experiência política e conhecimento dos quadros nos Estados;

1 Política de quadros comunistas para a contemporaneidade. Nação Forte, rumo socialista: documentos e resoluções do 12° Congresso do PCdoB, 2009 (ver no Portal da Organização, na área de Biblioteca).

  • Pensar a nova composição das direções Esta- duais e Municipais em razão das conferências no próximo período utilizando-se de méto- dos inovadores, consultivos e Sugerimos como referência o método utiliza- do para o Comitê Central no 12° Congresso do PCdoB, que constituiu de auto-avaliação (questionário respondido pelos membros do CC); indicação de novos nomes (consultas às Comissões Políticas Estaduais, às frentes de atuação nacional – mulheres, juventude, tra- balhadores; e indicações pessoais dos mem- bros do CC);
  • Estruturar fisicamente os DEQ´s, com apoio técnico responsável pela gestão e inserção dos dados no sistema Rede Quadros – trata-se de uma ferramenta importante na gestão dos quadros nacionais, intermediários e de base.

Com o suporte dos DEQ´s, os dirigentes partidários precisam ficar atentos em montar uma lista dos prin- cipais quadros nos estados e municípios, e cadastrá-los na Rede Quadros. É necessário um amplo le- vantamento de nomes, com a inclusão de todos os dirigentes dos comitês municipais e militantes das principais frentes de atuação partidária em cada lo- cal. Esse processo poderá revelar um arcabouço de quadros que poderão vir compor as novas direções partidárias. Cada vez mais torna-se necessário uma maior participação do coletivo partidário na forma- ção e composição das novas direções.

É necessário para a gestão dos quadros a articulação dos seguintes verbos: conhecer, cadastrar, classifi- car, alocar, promover, avaliar e controlar. 

A política de quadros deve ser aplicada permanente- mente, de forma a potencializar e assegurar a gover- nança partidária.

O tema da Política de Quadros e Vida Militante de Base tornam-se dois pilares de grande importância e sustentação, no sentido de garantirmos um partido cada vez mais extenso, mas com uma forte raiz mili- tante, e com quadros cada vez mais comprometidos com as nossas ideias e ideais.

Os quadros intermediários ganham cada vez mais centralidade como sendo os “pivôs” que contri- buirão para uma vida militante mais estruturada e estável dos quadros de base. Conforme o docu- mento do 12° Congresso “quadros intermediários e de base são os elos de ligação entre a orienta- ção nacional partidária e a extensa militância, por um lado e, de outro, entre a militância e o povo”.

Obrigada!
Fabiana Costa
Departamento Nacional de Quadros João Amazonas/Comitê Central do PCdoB

Abril 2011

Perfil dos comitês e participantes do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido

 A)      Do perfil dos Comitês Municipais:

Participaram deste 7º Encontro Nacional 568 de- legados provenientes de 26 estados e 182 comi- tês municipais. Também estavam presentes 17 presidentes estaduais e 22 secretários estaduais de organização.

Dos comitês municipais, 137 (75%) entregaram a Ficha de perfil respondida, representando 22 estados, faltando apenas o DF, PA, PB e SE. Rorai- ma não enviou delegação municipal. Das capitais presentes 7 não responderam a Ficha (Rio, Recife, Brasília, Belém, João Pessoa, Aracaju e Curitiba).

Da relação de 314 municípios com mais de 100 mil habitantes convocados ao Encontro, estavam presentes 139 e outros 41 foram convidados pe- los CEs.

Dos que responderam, temos o seguinte:
  • A grande maioria dos plenos dos comitês muni- cipais funciona regularmente (118 deles ou 86%) e com reuniões a cada um ou dois meses (98, ou 71%). Também pouco mais da metade dos co- mitês tem comissões políticas (56%) que se reú- nem com Importante destacar que quase um terço (44 deles, ou 31%) tem reunião semanal ou quinzenal.
  • Na composição do secretariado municipal, 111 (81%) comitês responderam ter secretários polí- ticos e 102 (74%), há secretários de organização. Assim, em quase todos os comitês há sempre as duas secretarias (política e de organização) mais diretamente vinculadas à direção geral de Parti- A secretaria de finanças existe em quase dois terços dos municípios presentes e a de juventu- de, formação ou sindical, se aproxima de metade dos comitês. No entanto, cerca de 60% dos comi- tês não tem a secretaria de movimentos sociais, ou de comunicação ou de mulher. Informou-se ainda que apenas cerca de 6% dos CMs possui o cargo de vice-presidente municipal.
  • Existem comitês auxiliares em 27 municípios de 12 estados, sendo 10 em capitais e 17 no inte- rior, pouco ainda para as demandas que advém do crescimento partidário extensivo.
  1. Nestes 27 municípios há 152 comitês au- xiliares (distritais, de categoria, ) sen- do que 92 deles estão nas capitais (60%). Destaque para S. Paulo (24), Fortaleza (13), Rio Branco (13), Salvador (10), Vi- tória da Conquista (10 – BA), Itabuna (8 BA), BH (8), Manaus (7), S. Luis (6), Porto Velho (5) e Campinas (5).
  2. Oito comitês de capitais informaram que não possuem comitês auxiliares (Maca- pá, Maceió, Vitória, Campo Grande, Cuia- bá, Natal, Palmas e Teresina).
  • Por fim, informou-se a existência de 942 orga- nizações partidárias gerais de base (OBs, co- letivos, ou outros), das quais 554 (59%) em 13 Destaque para S. Paulo (116 bases), Manaus (140) e Fortaleza (90), Salvador (40), Tarauacá (40 – AC), S. Luis (32), Itaquatiara (29 – AM), Betim (23 – MG), BH (22) e Macapá

(19). Não existem bases em 2 capitais (Tere- sina e Floripa).

B)      Do perfil dos participantes do 7 Encontro

Nacional:

Dos 568 participantes apenas 217 responderam ao questionário (38%), representando 23 estados e 104 municípios. Desse total 176 são homens (81% ) e 41 são mulheres (19%). Esse percentual de gênero é bem próximo ao compararmos com o levantamento do número total de participantes.

Dos que responderam, temos o seguinte:

1- 170 participantes (78%) eram dirigentes mu- nicipais – membro de Pleno ou de Secretaria- do ou de Comissão Política Outros 47, não informaram sua condição.

2- 143 quadros (66%) informam que além de ser da direção municipal também integram outros órgãos partidários, 64 disseram não integrar nenhum outro órgão e 10 não responderam.

3- Dos 116 que listaram quais eram estes ou- tros órgãos houve mais de uma resposta:

a) 88 são da direção estadual (61%);

b) 15 de comissões auxiliares estaduais (10,5%);

c) 9 do comitê central e comissões auxi- liares (6%);

d) e outros 4 de direção distrital ou de base (3%).

4- A atividade militante principal para 107 qua- dros é de funções partidárias (49%), outros 46 no movimento social (21%), e no restante deles, 55 estão na área institucional (25%) e 8 na luta de idéias (4%).

5- Integram alguma organização partidária de base exatos 121 quadros (56%) participantes do Destes, 91 (75%) afirmam que suas organizações de base têm atividades e reuniões regulares.

6- Dos 217 que responderam ao questioná- rio, 110 não participaram do 12º Congresso como delegado nacional (51%) e apenas 31 estavam filiados há menos de dois anos ao PCdoB (14%).

A Comissão Nacional de Organização – CNO em 19/5/11

Balanço do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido

O 7º Encontro inscreve-se numa trajetó- ria política de afirmação do PCdoB. A ratificação, pela direção nacional, das decisões deliberadas no Encontro, dá maior acuidade a todo o partido quanto a apontar o PCdoB como alternativa política efetiva nas próximas eleições, integrando esse esforço com a maior inserção social do seu coletivo entre trabalha- dores, jovens e mulheres brasileiras, ao movimento e luta social e à luta de ideias. O fator partido surge, nesse sentido, como decisivo para as vitórias: mais vida militante por meio de mais eficaz aplicação da política de quadros avançada formulada pelo PCdoB no 12º Congresso, para um partido de 500 mil mem- bros até o 13º Congresso.

Mas ele se inscreve também num movimento históri- co que foi o de renovar concepções e práticas de par- tido. Antecedentes mais remotos desse movimento partiram do 8º Congresso em 2001, quando se en- frentou com descortino autocrítico corajoso a crise do socialismo advinda da ruína da URSS. Então já se afirmou a necessidade de elevar os cuidados com a construção da força revolucionária como fator estra- tégico para superar a crise, em ruptura com a noção de modelo único de socialismo. No 9º Congresso, esse impulso ganhou a consigna de “um partido co- munista de princípios e de feição moderna”, reforça- do com a noção de um caminho próprio ao socialismo e de um partido com a cara e o jeito do Brasil. O 10º Congresso implicou a elaboração, com maestria, de novos conceitos e atitudes com respeito à construção partidária, em demarcação com o espontaneísmo e improvisação, dando corpo inicial a uma renovada li- nha política de estruturação partidária.

A vitória extraordinária do campo popular em 2002, com Lula presidente, propiciou ainda maior impulso à obra de renovar concepções e práticas de partido.

A 9ª Conferência Nacional em 2003, respondeu aos novos desafios de caráter político e orgânico, rom- pendo limites dogmáticos presos a um modelo de- terminado de organização partidária.

Levou-se a cabo a elaboração mais consistente e coletiva da linha de estruturação partidária, moti- vando o 1º Encontro Nacional sobre Questões de Partido, cujas conclusões são ainda hoje úteis. Em seguida, tratou-se de reafirmar estrategicamente o caráter do partido, revolucionário e proletário, o que se levou a cabo no 2º Encontro Nacional, tra- tando exatamente do papel central do trabalho e do proletariado moderno na luta transformadora. Era a fundação necessária para prosseguir na renovação com permanência atualizada dos princípios, conso- lidada de forma avançada no novo Estatuto partidá- rio, aprovado no 11º Congresso.

Novos passos exigiram melhor definição da luta programática do PCdoB, da qual deriva a estratégia determinada. O tema partido se assenta na estraté- gia, juntamente com a base ideológica e os desafios políticos imediatos a que está chamado a responder. O 12º Congresso fica na história como a completu- de da reformulação programática do PCdoB, apon- tando o socialismo como rumo tendo por caminho a luta por um novo projeto nacional de desenvolvi- mento para o Brasil e por reformas estruturais de- mocráticas no Brasil.

Só a partir disso foi possível esgotar os temas estra- tégicos envolvidos na construção partidária no rumo de renovação de concepções e prática. Abriram-se as exigências de elaborações ulteriores sobre o tema Partido: uma política de quadros renovada, em res- posta aos desafios de um tempo de acumulação de forças, e a retomada da perene questão de dotar o PCdoB de mais vida militante, estruturada e defini- da em todos os terrenos de ação, desde a base.

Um dos maiores êxitos do Encontro foi o de efetivamente liderar o discurso da vida partidária a partir da direção central do partido.

A política de quadros foi elaborada coletivamente no 12º Congresso. A vida militante foi tema do 7º Encon- tro Nacional recém realizado. No percurso ainda se efetivou a histórica opção de dotar as mulheres co- munistas de um fórum permanente e, periodicamen- te, de Conferência Nacional para debater a realidade e a luta das mulheres brasileiras.

Saltam à vista fenômenos positivos do PCdoB. Lan- çou-se ao terreno de permanecer como força revo- lucionária, marxista e leninista, do povo trabalhador. Foi ousado em renovar concepções e práticas, com originalidade e autonomia. Ligou todo o esforço da construção do PCdoB integrando política e organi- zação como um bloco orgânico, como ocorreu na 9ª Conferência, no 12º Congresso e, agora, no 7º Encon- tro Nacional. Beneficiado e partícipe das vitórias al- cançadas no país, voltadas para o povo, o PCdoB faz esforço conseqüente para se pôr à altura dos desafios políticos e apresentar-se crescentemente como alter- nativa política do país.

O 7º Encontro foi inédito pela participação e compro- metimento. Foram 568 participantes, de 26 Estados brasileiros, com 63 membros do Comitê Central, 17 presidentes estaduais, 22 secretários estaduais de or- ganização. Ao todo 182 comitês municipais estiveram representados e 137 responderam a um questionário de seu perfil. Informou-se a presença de 111 presi- dentes, 102 secretários de organização e a existência de 942 organizações gerais de base nesses municí- pios e em 27 deles, trabalha-se com comitês auxilia- res. Também, constatou-se que esses comitês e sua comissão política, em sua grande maioria, se reúnem com regularidade. Todas as frentes de direção nacio- nal se envolveram nos trabalhos.

Um dos maiores êxitos do Encontro foi o de efetiva- mente liderar o discurso da vida partidária a partir da direção central do partido.

O 7º Encontro gerou a carta-compromisso, delibera- da unanimemente pelos participantes e que foi rati- ficada pela direção nacional. A retomada de maior, mais extensa e duradoura vida militante tem sentido estratégico. Não é assunto para retórica, tampouco para recalcitrar em modelo idealizado de partido. Parte decisivamente da política de quadros para pôr em foco de atenção maior dezenas de milhares de quadros de base coordenados por outros vários mi- lhares de quadros intermediários.

O PCdoB está bem apetrechado, ideal e materialmen- te, para empreender essa jornada. O ânimo entusiás- tico verificado no 7º Encontro indica que se pode agir com ainda maior arrojo e ousadia. Começa agora a luta conseqüente para transformar o compromisso fir- mado no 7º Encontro em realidade viva, que envolve todas as direções partidárias, especialmente as frentes organizativas, como também a direção política em in- teração com todas as demais frentes de direção.

As conferências de 2011 são o ponto de viragem para dar nova qualidade à estruturação partidária em todo o país. São extraordinárias as chances que se apresentam para avançar nessa luta. Em 2012 e anos subseqüentes é preciso colher os resultados desse impulso, para chegar aos 90 anos de fundação com um PCdoB ainda mais forte e com saúde política, ide- ológica e organizativa.

A par dessa avaliação inicial, a ser completada com o exame do perfil dos participantes e dos municípios presentes, foram registradas sugestões de trabalho, considerações e recomendações à direção nacional, que serão oportunamente divulgadas. O maior em- penho, neste momento, deve ser o de massificar suas conclusões entre a militância partidária. O Portal da Organização vem ecoando o evento, mas torna-se ne- cessário trabalhar com material impresso.

A sugestão inovadora que a CNO realiza é a de uma edição especial de A CLASSE OPERÁRIA, à escala de dezenas de milhares, publicando as resoluções como também reportando o evento, de modo a torná-lo mais próximo da militância. A opção se justifica para valorizar o órgão oficial, fazer edição histórica e co- tizar os estados para sua distribuição até o processo de conferências gerais que se realizarão, introduzindo também esse temário em sua pauta (CNM, Verme- lho, Portal, etc).

Walter Sorrentino
Secretaria Nacional de Organização
Abril 2011

A Comissão Nacional de Organização

 A Comissão Nacional de Organização foi constituída no 6º Encontro Nacional de Organização, realizado em Brasília nos dias 6 e 7 de março de 2010. Seus componentes executivos permanentes são:

WALTER SORRENTINO
Secretário Nacional de Organização desde o 10º Congresso em 2001, ocupando o terceiro mandato consecutivo.

ANDRÉ BEZERRA
Secretário-adjunto e membro do Comitê Central desde 2005, em seu terceiro mandato na função. Responsável pela região Sul (RS, SC, PR).

FABIANA COSTA
Responsável pelo Departamento Nacional de Quadros e membro do Comitê Central, desde o 12º Congresso.

ELAINE GUIMARÃES
Responsável pela Secretaria Geral e pela Rede Vermelha, desde 2003.

ELIANA ADA GASPARINI
Responsável pelo Portal da Organização e auxiliar do Departamento Nacional de Quadros, desde março de 2010.

ELOÍSA GONÇALVES
Secretária desde 2008.

Os demais membros consultivos da CNO e da CNO Regionalizada são:

 ABEL RODRIGUES
Secretário Estadual de Organização do Ceará desde 1994, responsável pela região Nordeste 2 (MA, PI, CE, RN, PB)

ANTONIO LEVINO
Secretário Estadual de Oganização do Amazonas desde abril de 2011.

DAVIDSON MAGALHÃES
Vice-presidente do Comitê Estadual da Bahia. Membro do Comitê Central.

ETELVINO OLIVEIRA
Vice-presidente do Comitê Estadual do Maranhão, responsável pela região Norte (AM, AC, RR, RO, PA, AP)

JOÃO GUIMARÃES
Membro do Comitê Estadual de Goiás, responsável pela região Centro-Oeste (TO, GO, DF)

JOSÉ BERTOTTI
Secretário Estadual de Organização de Pernambuco desde 2009.

JUNIOR PIAIA
Secretário Estadual de Organização do Rio Grande do Sul desde abril 2011.

LUIZ GAVAZZA
Membro do Comitê Estadual da Bahia, responsável pela região Nordeste 1 (BA, PE, SE, AL).

MARCELO CARDIA
Secretário Estadual de Organização de São Paulo desde abril 2011. Membro do Comitê Central.

RICHARD ROMANO
Secretário Estadual de Organização de Minas Gerais desde 2008.

UIRTZ SÉRVULO
Secretário Estadual de Organização do Rio de Janeiro desde 2007.

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