Em entrevista ao Portal do PCdoB, o vice-presidente e secretário de Política e Relações Internacionais do partido, Walter Sorrentino, apresentou o debate sobre o projeto eleitoral da legenda para 2020, base de seu informe na reunião da Comissão Política Nacional, realizada na última sexta-feira (27), na capital paulista.

Walter informou que foi dada uma orientação, desde o início deste ano, às direções nos estados de lançar candidaturas próprias à prefeita ou a prefeito nas grandes cidades, como condição para formar chapas completas de vereadores. Para ele, a instrução foi “bem assimilada e está em curso de aplicação”.

Com o processo de realização das conferências estaduais este ano que devem ocorrer, em sua maioria, em novembro, o dirigente acredita que um maior movimento deve ocorrer durante esse período. Para ele, o projeto eleitoral para 2020 deve ser o principal tema dos encontros.

O vice-presidente do PCdoB recordou ainda que até o momento se esperava, “eventualmente”, a aprovação da Federação partidária nas novas regras eleitorais estabelecidas no Congresso Nacional, mas com a não aprovação e o fim das coligações proporcionais, a orientação partidária é que haja “maior empenho, mais energia para seguir adiante”, disse Walter.

Para ele, a expectativa é formar chapas completas de vereadores, principalmente nas grandes cidades e com grande empenho, em particular, na região Sudeste, como São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, onde estão os maiores colégios eleitorais do país.

“Isso se dá porque nós precisamos para 2020 colher resultados na forma de prefeitos e vereadores, mas sobretudo semear o futuro, semear 2022 onde o PCdoB precisa fazer cociente eleitoral próprio, sem coligações. De modo que é preciso lançar novos nomes, novas perspectivas, novas pegadas, que se realizam já desde 2020”, afirmou Walter, que disse esperar que nas conferências, o projeto esteja mais “cristalizado“.

Novas filiações, novas candidaturas

O partido também busca dar mais afluência a legenda eleitoral em defesa do Brasil, dos direitos civis e sociais da Constituição e pela liberdade. Por isso, conforme Sorrentino, trabalha para tornar-se um canal de participação política para a sociedade civil, as organizações sociais, acadêmicas e intelectuais. A ideia é que cidadãos e cidadãs que ainda não tem partido possam se unir em torno da legenda em um projeto de renovação da política.

Na avaliação da Comissão, segundo o vice-presidente, o caminho até as urnas terá conjuntura atribulada, que é outro fator na modulação do debate. O quadro esperado para o cenário eleitoral é de insatisfação popular pela falta de crescimento, de emprego e de renda. Por isso, explica Sorrentino, que apesar das eleições serem municipais, os debates devem ter tom nacional, especialmente nas grandes cidades. Assim, o pleito pode ser o momento oportuno para ampliar o diálogo com os cidadãos. Na pauta, não só os problemas das cidades, mas também os anseios do povo, como o problema do desemprego, as questões da segurança pública, das carências de moradia, saúde e educação.

Frente ampla pela democracia

“O caminho apontado se dá em condicionalidade com a ampla frente política democrática necessária nesta hora do país, tendo por eixo de unidade a luta por democracia para isolar e derrotar a escalada autoritária de Bolsonaro. Por isso precisamos construir também confluências entre as forças progressistas de esquerda para as eleições de 2020”, destacou Sorrentino, que acredita que este movimento seria avaliado positivamente pela população.

Por fim, o vice-presidente conclamou os comunistas a trabalharem pelo crescimento do partido: “O esforço precisa continuar para filiar novos líderes e personalidades que possam se candidatar pela legenda 65. Temos mais seis meses para viabilizar um caminho mais amplo, um caminho mais efetivo, para o PCdoB crescer nas urnas ao lado das ruas e da luta de ideias. Estamos otimistas de que podemos produzir esse resultado.”

Confira a íntegra da entrevista: