Wadson: o 19J vai levantar o Brasil contra as maldades de Bolsonaro
Diante de uma situação de crescente desgoverno e de uma pandemia que beira as 500 mil mortes em todo o Brasil, mais uma vez, um conjunto amplo de diferentes setores da sociedade brasileira organiza para o próximo sábado, 19 de Junho (19J), manifestações em defesa da vacinação e contra as medidas adotadas por Bolsonaro, que tanto mal têm feito à economia, à democracia e às políticas sociais. A exemplo de outros países da América do Sul, vai crescendo a consciência entre um número cada vez maior de brasileiros de que é fundamental barrar as políticas neoliberais e retomar um novo caminho de desenvolvimento e conquistas sociais.
Por Wadson Ribeiro*
O governo Bolsonaro é um governo que se propõe a defender apenas os interesses dos mais ricos, não por acaso, sempre foi contra o auxilio emergencial de R$ 600. Sob seu mando o Brasil tem amargado novamente índices desoladores de aumento da pobreza e da miséria extrema. A inflação elevada dos alimentos e dos combustíveis torna a vida da população mais pobre ainda mais difícil. Essa semana o gás de cozinha teve novo aumento de 5,9%, fato que faz com que milhões de pessoas voltem a cozinhar com lenha pelos rincões do país. A falta de gestão do governo federal na área energética faz com que os brasileiros paguem uma conta de luz mais cara, algo que poderá chegar a sofrer um reajuste de 20% até 2022. Isso, porque o governo não se preparou para a crise hídrica e agora terá que acionar as termelétricas, tornando a energia mais cara.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a pobreza no país em agosto de 2020 era registrada para 9,5 milhões de pessoas, esse número triplicou para 27 milhões de pessoas em fevereiro de 2021, em apenas seis meses, período que coincide com diminuição do auxílio emergencial. Pela primeira vez em dez anos a renda média do brasileiro está abaixo de R$ 1000 e o desemprego bate recorde, alcançando 14,7% da população, sem contar a informalidade e os desalentados. Em 2018, 10,3 milhões de brasileiros passavam fome e esse numero saltou para 19 milhões em 2020, voltamos para o mapa da fome e da insegurança alimentar. É inadmissível que um país com a produção de alimentos que tem o Brasil, conviva com a fome para quase 20 milhões de compatriotas, assim como é um absurdo o preço do óleo de cozinha, do arroz, da carne e dos alimentos em geral, que diminui a oferta de comida na mesa das pessoas.
Não é somente a crise sanitária que aterroriza o país, outras crises se avolumam e precisarão ser enfrentadas para reconstruir o que está sendo desfeito. Na educação, uma geração de crianças e de jovens abandonaram as aulas e a evasão escolar é a maior de todos os tempos, algo que necessitará de uma verdadeira mobilização nacional para não deixar nenhum estudante para trás.
Os orçamentos das universidades públicas e das políticas de Ciência e de Tecnologia são brutalmente reduzidos na tentativa de se impor uma visão de mundo negacionista. Áreas como as da Cultura, do Esporte e dos Direitos Humanos, retrocederam décadas naquilo que haviam avançado institucionalmente em governos anteriores. A pasta do Meio Ambiente passou a representar diretamente os interesses das madeireiras, do garimpo e da mineração, sem intermediários. O governo Bolsonaro, além de perverso, é também incompetente para administrar a máquina pública e fazer o país se desenvolver. Um bando de civis e militares, preguiçosos, ruins de serviço, que sobrevivem de pirotecnia e engodo.
Os passeios de moto de Bolsonaro, pagos com o dinheiro público, parecem não se incomodar com a dor das famílias que perderam seus entes, nem tampouco com o aumento da miséria, da fome e do desemprego. É como se nas redes sociais bolsonaristas o Brasil estivesse às mil maravilhas e o mundo um caos. Quando isso ocorre, só o povo nas ruas é capaz de destronar os déspotas, reestabelecer a verdade e reacender a esperança. O Brasil não tem futuro com um governo como o de Bolsonaro. Com máscara, álcool em gel e distanciamento, viva o 19J!
__
*Presidente do PCdoB -MG, foi presidente da UNE, da UJS, deputado federal e secretário de Estado de Minas Gerais.
(Artigo publicado originalmente no portal Hoje em Dia)
As opiniões aqui expostas não refletem necessariamente a opinião do Portal PCdoB