Cláudio Duarte e o advogado Vicente Rezende

O plenário da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte aprovou, no início da tarde desta quinta-feira (1), a cassação do mandato do vereador Cláudio Duarte (PSL).
Ele é acusado de embolsar R$ 1 milhão no esquema conhecido como “rachadinha”.
Trinta e sete vereadores votaram pela cassação. Para a aprovação, eram necessários 28 votos. O vereador recolhia os salários (ou parte deles) dos próprios funcionários na Câmara Municipal e ameaçava servidores para que não revelassem o esquema.
Segundo Mateus Simões (Novo), da comissão processante, foram comprovados “pelo menos três ilícitos” por parte do vereador.
“Ele praticou ‘rachadinha’, recebeu repasse de salários de servidores de seu gabinete. Há um caso inclusive que ele ficava com mais de 90 por cento da remuneração dos servidores, isso está comprovado. Ele, além disso, mentiu porque disse à polícia coisa diferente do que disse aqui, isso também é causa de cassação. E eu acho que o terceiro fato é de estar com a forma sofrendo restrições da Justiça. Eu analisei o fato de ele estar sendo preso, mas agora sabemos que ele está com tornozeleira eletrônica e isso é causa de cassação”, disse.
Cláudio Duarte ficou preso por 10 dias, em abril, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Atualmente, está sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Ele foi indicado junto a mais sete assessores por peculato, obstrução de justiça e organização criminosa.
O esquema de Cláudio Duarte é similar ao de deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) identificados pela Operação Furna da Onça, dentre eles, Flávio Bolsonaro (PSL), acusados de extorquir funcionários de seus gabinetes, que deveriam repassar parte de seus salários para os deputados. No caso de Flávio Bolsonaro, era seu ex-motorista, Fabrício Queiroz, quem arrecadava o dinheiro dos servidores do gabinete. Muitos laranjas. Mas o próprio Flávio Bolsonaro, que ocupa hoje a vaga de senador pelo Rio de Janeiro, teve dinheiro depositado na sua conta.