Ex-senadora e candidata a deputada federal, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) | Foto: divulgação

A primeira tarefa de qualquer político “responsável e de bom senso” que chegue hoje ao Congresso Nacional, através das eleições de outubro, será a imediata defesa dos programas de combate à fome, o grande mal que devasta famílias na extrema pobreza, principalmente as crianças. O alerta foi feito pela candidata a deputada federal pelo PCdoB no Amazonas, Vanessa Grazziotin, nesta terça-feira (19).

“Como dizia o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que criou o Fome Zero, “quem tem fome tem pressa”, comenta Vanessa observando que a insegurança alimentar cresceu em todo o país, mas as desigualdades regionais seguem acentuadas depois, principalmente nas regiões Nordeste e Norte, as mais afetadas pela fome.

“Enquanto no Brasil temos 15,5% dos domicílios com pessoas passando fome, no Norte esse índice sobe para 25,7%, e no Nordeste, 21%”, cita a ex-senadora.

Vanessa salienta que entre 2020 e 2022, a fome dobrou em famílias com crianças de até 10 anos de idade. “É triste ter que dizer isso, mas hoje o número total de pessoas que passam fome superou os 33 milhões, um absurdo!” – lamenta a candidata. “Erradicar a fome não é um compromisso político. É uma questão de sobrevivência E dignidade humana”.

Para Vanessa, a fome não é só problema de fator econômico, mas também de falta de gestão pública.  Ela lembra que o Brasil saiu do Brasil do Mapa da Fome em 2014, durante a gestão da presidente Dilma Rousseff, mas retornou em 2019 com o desmonte de políticas públicas que nortearam as ações de combate à fome nos governos de Lula e Dilma.

“Erradicar a fome não é um compromisso político. É, sim, uma questão de sobrevivência, de humanidade e de respeito à dignidade humana. O governo Bolsonaro cortou, gradativamente, a verba do programa Alimenta Brasil, principal política de aquisição de alimentos via agricultura familiar e o resultado é esse que estamos vendo. É uma vergonha ver o Brasil de volta ao mapa da fome” lamentou e ex-senadora do PCdoB.

Um relatório divulgado em julho desde ano pela Organização Mundial das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO no Brasil), que mede o estado da insegurança alimentar no mundo, aponta que quase 30% da população brasileira vive insegurança alimentar moderada ou grave.

São 61 milhões de brasileiros (três em cada 10 dez) que enfrentaram dificuldades para se alimentar entre 2019 e 2021; 15 milhões deles passaram fome. Entre 2014 e 2016 eram menos de 3,9 milhões em insegurança alimentar grave – quase quatro vezes menos do que hoje.

Os números das Nações Unidas mostram que não ter comida todos os dias na mesa é um problema que afeta gente no mundo todo. No ano passado, 828 milhões de habitantes do planeta passaram fome.

De acordo com a classificação da FAO, insegurança alimentar grave é quando a pessoa fica sem comida por um dia ou mais. Já insegurança alimentar moderada significa que a pessoa não tem certeza se conseguirá comida ou precisa reduzir a qualidade e/ou quantidade dos alimentos.

“Eleita, vou trabalhar para reforçar a determinação do presidente Lula de tirar, novamente, o Brasil da Mapa da Fome. Essa tarefa é urgente. Temos que lançar uma ação nacional com a participação de todos os segmentos da sociedade civil e setor privado para erradicar a fome do Brasil e dar o mínimo de dignidade para estas famílias tão atingidas pela tragédia da falta de comida aos lares brasileiros”, afirma Vanessa.

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Com informações de agências