A secretária da Mulher do PCdoB e ex-senadora Vanessa Grazziotin participou, nesta segunda-feira (8) do programa Democracia no Ar, transmitido ao vivo pelas redes sociais. Em pauta, a 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres, que acontece entre os dias 19 e 21 de março.

“O debate da conferência está intrinsecamente ligado com a nossa luta pela vacina e pela vida”, disse Vanessa. “Nesse debate, cabem todos e todas que entendam que a mulher é discriminada na sociedade. E se a gente coloca aí a mulher LGBT, negra, você vai ter as parcelas ainda mais sofridas. Quando a gente fala em discriminação, em opressão, a gente está falando da vida da maioria”, explicou a secretária.

O objetivo da conferência, salientou a dirigente, “é mostrar que a gente não está discutindo teoria, a gente está discutindo a vida real da mulher que mora num bairro periférico e mesmo da mulher da classe média, sabendo que o grau de sofrimento é maior entre as mais pobres, as negras, aquelas que são discriminadas pela sua orientação sexual, mas é uma questão que atinge a todas”.

Vanessa assinalou ainda: “queremos, primeiramente, perguntar para elas: Por que nós, mulheres, somos tão discriminadas? É uma pergunta que a gente tem que fazer porque muitas vezes a mulher sabe que sofre opressão, mas acha que é natural”.

A secretária exemplificou a questão do trabalho doméstico, ainda tratado como atribuição da mulher. “Hoje eles impõem isso: que lugar de mulher é em casa, ela pode no máximo sair para trabalhar, e que a mulher deve obediência ao homem. Quando uma pessoa diz isso, ela está dizendo que a mulher é um ser inferior em relação aos homens”. Vanessa lembrou que “quem diz isso é o presidente da República, é o ministro da Educação, é a ministra da Mulher. Olha na mão de quem nós estamos! Pode parecer que isso (a opinião de membros do governo) não importa; mas importa porque molda as relações sociais”.

A dirigente destacou que o processo de subjugar a mulher e sujeitá-la a papéis pré-determinados tem o intuito de “tirar a mulher da luta, de esconder a verdade da mulher. E a verdade é que eles querem manter a submissão da mulher, porque querem manter o status dessa sociedade que discrimina, explora a mão de obra da maioria para enriquecer uma minoria. Então, deixar a mulher alienada é tudo o que eles querem”.

Vanessa enfatizou: “Temos que dizer não a isso. Temos as nossas diferenças biológicas, temos as nossas diferenças fisiológicas, mas intelectualmente somos iguais, temos as mesmas capacidades, portanto, devemos ter os mesmos direitos e também os mesmos deveres”. E completou: “queremos que todo mundo seja feliz e cada um sabe da sua felicidade e a nossa felicidade vai até onde não interfere na felicidade do outro. E defender ideias de opressão traz muita infelicidade”.

Acompanhe a íntegra do programa, apresentado por Nina Valente e que teve ainda a participação de Silvia Cavalleire, vice-presidenta Nacional da União Nacional LGBT.


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Por Priscila Lobregatte