A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin, expressou sua preocupação diante do atentado sofrido pela caravana do ex-presidente Lula nesta terça-feira (27), atingida por tiros em passagem pelo Paraná. “Onde é que nós vamos parar? Precisamos debater ideias”, afirmou a comunista.

Vanessa também criticou a atuação da Polícia Rodoviária Federal diante dos atos de violência. “Não apenas pessoas bloqueando estradas com caminhões, com maquinário e impedindo a passagem da caravana, mas muita gente com pedras na mão, atirando ovos contra o ex-presidente e sua comitiva e contra os carros, atingindo os carros com barra de ferro. E o que mais me impressionou foi – e muitas imagens mostram isso – Polícia Rodoviária Federal passiva, apenas assistindo aquela escalada de violência, apenas assistindo”.

A senadora repeliu o discurso de ódio proliferado por lideranças políticas da direita conservadora que incitam violência e “sobe nos palanques para dizer que trabalhador sem-terra, movimentos organizados dos trabalhadores têm que ser recebidos à bala”.

Para a parlamentar, é papel dos parlamentares buscarem entendimento e diálogo, e não incentivarem violência contra adversários políticos.

“Nós temos pensamentos diferentes, todos. Há uma parte da população que defende o ex-presidente Lula e uma parte que é contra o ex-presidente. Agora, essa parte que é contra não tem o direito de fazer o que está fazendo, e muito menos os senhores senadores ou as senhoras senadoras não têm o direito de subir na tribuna e aplaudir atitudes violentas como essa, porque aplaudir atitudes violenta é um incentivo ao crime, é um incentivo ainda maior à violência”, salientou a senadora.

Um dos parlamentares que proliferam esse discurso de intolerância foi a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que durante evento declarou: “Quero parabenizar Bagé, Santa Maria, Passo Fundo, São Borja. Botaram a correr aquele povo que foi lá levando um condenado se queixando da democracia. Atirar ovo, levantar o relho, mostra onde estão os gaúchos”.

Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, tentou justificar o fascismo contra a caravana de Lula. “O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência”.