Estudantes negros são impedidos por tropas ucranianas de embarcar em ônibus e trens para a Polônia

As Forças Armadas e policiais da Ucrânia estão impedindo pessoas negras de embarcarem em ônibus e trens com destino à Polônia. A discriminação tem sido amplamente divulgada neste domingo em vídeos no Twitter sob a hashtag #AfricansinUkraine.

De acordo com denúncia do portal Insider, a maioria é de estudantes africanos que estão sem suporte por parte das autoridades do país, que têm privilegiado os nativos nas ações de segurança. Segundo a reportagem, entidades estudantis de nigerianos na Ucrânia tentaram entrar em contato com sua embaixada em Kiev, mas não receberam resposta.

A estudante britânica de ascendência africana, Korrine Sky, de 26 anos, relata que estudantes africanos têm lutado para entrar nos ônibus que vão para a fronteira. “Algumas pessoas foram buscar ônibus, mas basicamente não permitem que negros entrem nos ônibus. Estão priorizando os ucranianos. É o que dizem”, disse Sky.

Stephanie Hegarty, correspondente da BBC também compartilhou relatos de uma estudante: “Me disse que está esperando há 7 horas para atravessar. Ela diz que os guardas de fronteira estão parando os negros e mandando-os para o final da fila, dizendo que eles têm que deixar os ‘ucranianos’ atravessarem primeiro”.

Os jogadores brasileiros do Zorya – Guilherme Smith, Cristian Fagundes, Juninho, a esposa dele, Vitória Magalhães, e o filho Benjamim, 4 – também não conseguiram passar para o território polonês após caminharem quase 10 horas a pé entre Lviv, no oeste da Ucrânia, e a fronteira.