Para a nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Maria Cristina Peduzzi, “reforma trabalhista foi tímida".

A nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Maria Cristina Peduzzi, afirmou, em entrevista à Folha de São Paulo, que “a reforma trabalhista foi tímida” e defendeu o ataque que o governo Bolsonaro vem impondo aos trabalhadores.
Maria Cristina foi eleita no último dia 9 para mandato de dois anos a partir de fevereiro de 2020.
Segundo ela, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) deve ser aperfeiçoada para se adequar “a revolução tecnológica”. “A CLT precisa de muita atualização. A considerar a revolução tecnológica, a reforma foi tímida”.
Ela informou que, dois anos após a reforma trabalhista aprovada no governo Temer, a equipe econômica de Guedes ainda vai tentar aprofundar mais o arrocho sobre os trabalhadores. “Deverá tentar corrigir algumas questões que estão se identificando como inadequadas, vai se aperfeiçoar o que foi feito”, disse.
A ministra também defendeu o trabalho aos domingos e feriados, uma das propostas contidas no chamado “Contrato Verde Amarelo” mais combatidas pelas representações de trabalhadores.
“No mundo todo o comércio abre aos domingos. Vamos acabar qualquer dia desses não distinguindo mais segunda de domingo”, defendeu.
Ela admite que “não beneficia o trabalhador”, mas, para ela, essa mudança “tem uma visão pragmática de não excluir o trabalho aos domingos porque as atividades todas funcionam aos domingos. É a realidade”.
Sobre a precarização do trabalho provocada pelas reformas, a ministra diz que “precarização pode haver, sem dúvida”, mas, segundo ela, “os modos de produção atuais eram impensáveis à época em que a CLT foi editada”.
Maria Cristina também é favorável ao trabalho intermitente que “veio colocar no mercado de trabalho categorias que antes estavam à margem”. A categoria de trabalho intermitente foi criada com a reforma trabalhista, e permite que o empregador contrate um funcionário sem carga horária determinada mensalmente, e com isso, sem direitos básicos, como o salário mínimo mensal.