A campanha de Jair Bolsonaro já começou a divulgar fake news contra o ex-presidente Lula, o que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a agir. Pesquisas mostram vantagem de 12 pontos para Lula.

O TSE determinou, nesta quinta-feira (18), que a ex-ministra Damares Alves apague a publicação que fez dizendo que o governo Lula “ensinava os jovens a usar crack”.

A decisão foi do ministro Raul Araújo, que considerou as publicações de Damares, feitas no dia 2 de agosto no Facebook, Instagram e Youtube, como “propaganda eleitoral antecipada negativa”.

A ex-ministra do governo Bolsonaro disse em quatro vídeos que um programa do governo Lula para redução de danos e que incentivava os jovens a deixarem de consumir a droga era, na verdade, para ensiná-los a fumar crack. O próprio título do vídeo era “Cartilha do governo Lula ensinava jovens a usar crack”.

Damares Alves também fez uma publicação dizendo que uma cartilha do governo Lula sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) estava “erotizando as crianças”.

Jair Bolsonaro também fez uma publicação em suas redes sociais dizendo que Lula e o PT defendem a “perseguição de cristãos” e “liberação das drogas e do aborto”, mas não falam disso durante as eleições.

A fake news de “perseguição de cristãos” está sendo espalhada pelos apoiadores de Bolsonaro dentro das igrejas evangélicas, como admitiu o pastor Marco Feliciano.

A campanha de Lula entrou com uma ação no TSE para que sejam derrubadas publicações feitas em 67 perfis que propagam fake news. Os perfis associam Lula e a esquerda a “bandido solto”, enquanto Bolsonaro defende “bandido preso”.

Os advogados do grupo Prerrogativas estão reunindo fotografias e informações sobre outdoors que foram instalados em diversas cidades que também dizem mentiras sobre Lula.

Um outdoor, por exemplo, fala que Lula é a favor da “censura” e Bolsonaro, que até hoje defende a ditadura militar, as perseguições e as torturas, é a favor da “liberdade”.

A ideia é reunir material suficiente “para provar que se trata de uma iniciativa centralizada e coordenada por apoiadores do atual presidente, e não apenas manifestações isoladas e espontâneas”.

Já foram identificados outdoors nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O relatório Democracia Digital, de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), aponta que se intensificaram os ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) depois que Jair Bolsonaro começou a convocar seus apoiadores para o ato no dia 7 de setembro.