A balança comercial brasileira fechou 2019 registrando o pior superávit desde 2015, quando o
país enfrentava a maior recessão de sua história. Naquele ano, o saldo foi de US$ 19,5 bilhões
de dólares.
O Brasil teve um saldo de US$ 46,7 bilhões, mas esse resultado ficou 19,6% abaixo do
registrado em 2018 (US$ 58 bilhões).
Os dados foram divulgados na quinta-feira (2/1) pela Secretaria Especial de Comércio Exterior
e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
No acumulado de 2019, as exportações brasileiras chegaram a US$ 224,018 bilhões, 7,5%
abaixo de 2018, quando totalizaram US$ 239,264 bilhões. As importações em 2019 somaram
US$ 177,344 bilhões, com uma diminuição de 3,3% sobre os US$ 181,231 bilhões de 2018.
A corrente de comércio (a soma das exportações com importações) foi de US$ 401,363
bilhões, um recuo de 5,7% sobre os US$ 420,495 bilhões do ano passado.
Segundo destacou o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José
Augusto de Castro, além da queda de 19,6% sobre o ano anterior, pela primeira vez na história
recente, as exportações de produtos básicos passou da metade de tudo que é vendido pelo
país. Foram exatos 52,8%.
Segundo o Ministério da Economia, o Brasil sentiu diretamente os impactos da crise Argentina,
principal país comprador de manufaturados brasileiros, principalmente automóveis e
autopeças. A crise da febre suína na China também afetou as exportações de soja para aquele
país. Essa queda “nem de longe compensado pelo aumento das exportações de carne”, diz
representante do governo.
As exportações apresentaram diminuição nas vendas das três categorias de produtos:
manufaturados (-11,1%), para US$ 77,452 bilhões; semimanufaturados (-8%), para US$ 28,378
bilhões; e básicos (-2%), para US$ 118,180 bilhões. Nos manufaturados, além da retração em
plataforma para extração de petróleo (-51,4%), destaca-se a diminuição das vendas de veículos
de carga (-35,3%), automóveis de passageiros (-27,5%), laminados planos de ferro/aço (-
22,8%), autopeças (-18,8%) e polímeros plásticos (-14,1%).
Já nos semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de óleo de soja em bruto

(-36,9%), couros e peles (-21,3%), semimanufaturados de ferro/aço (-17,9%), açúcar em bruto
(-17,1%), celulose (-10,3%) e madeira serrada ou fendida (-10,2%).
Nos produtos básicos, houve diminuição da receita de soja em grãos (-21,3%), minério de
cobre (-15,7%), farelo de soja (-12,9%) e petróleo em bruto (-7,1%).
Os principais países de destino das exportações brasileiras em 2019 foram China, Estados
Unidos, Países Baixos e Argentina.
No acumulado de janeiro a dezembro de 2019, quando comparado com igual período anterior,
houve queda nas importações de bens de capital (-12,8%), bens de consumo (-4,5%) e
combustíveis e lubrificantes (-7,3%). Por outro lado, cresceram as compras de bens
intermediários (+0,4%).
Os principais países de origem das importações foram China, Estados Unidos e Argentina.