Secretário da saúde do ES, Nésio Fernandes

O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes,  dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), criticou neste sábado (6) a posição de alguns médicos que se recusam a tomar a vacina contra a Covid-19 e também a posição dúbia do Conselho Regional de Medicina do ES em relação à portaria do governo determinando que os médicos do Serviço Público do Estado só entrem nas unidades se estiverem vacinados contra a Covid-19.

“Pouca ciência e mais política”, disse o secretário, sobre o comportamento antivacina do grupo bolsonarista, bem como a postura do CRM-ES.

A portaria da Sesa nº 016-R, de 29 de janeiro trata do acesso de profissionais da saúde à unidades da rede pública estadual, no contexto da pandemia do novo coronavírus. Ela determina que só poderão entrar nas unidades os médicos vacinados contra a Covid-19. Alguns médicos, influenciados pelo negacionismo bolsonarista, estão se recusando a receber o imunizante. .

“Nós temos um diálogo antes da publicação da portaria com o presidente do CRM, doutor Celso Murad, que é uma pessoa séria e centrada, um pediatra com história muito respeitada no Estado e com a formação que tem entende a importância das vacinas e de medidas que estimulem a vacinação da população, em especial dos trabalhadores “, afirmou Nésio Fernandes.

O CRM-ES acabou cedendo à campanha bolsonarista antivacina de alguns médicos. “A vacinação é útil e necessária; entretanto, o médico que se recusar, pelo exercício do direito à sua autonomia, pela sua vontade própria, não pode sofrer sanções nas suas atividades em decorrência da expressão de sua vontade”, diz a nota da entidade.

“A nota do Conselho diverge das melhores práticas sanitárias no que diz respeito ao estímulo da vacinação. Imagina para o cidadão comum ler que o Conselho de medicina é contra a vacinação de todos os médicos, o que isso traduz para toda a população? “, observou o secretário de Saúde.

Na manifestação, a entidade reconhece que ao Estado, como gestor, “compete organizar uma ação assistencial no intuito de resguardar a vida e a saúde da população”, o que inclui uma decisão de não permitir ou não a entrada de pessoas não vacinadas nas unidades hospitalares públicas.

Nésio Fernandes deixou claro que, com nota ou sem nota (do CRM), não haverá mudança na portaria. “Mesmo para efeito de contratação, é necessário o cartão de vacinação. Para atuar na saúde, para que esteja protegido por doenças infectocontagiosas, salvo os não indicados, não é aceitável a objeção de consciência de uma vacina que pode salvar a vida deles e que impedem que eles transmitam para outras pessoas”, argumenta. “A medida é justa e faz parte de um conjunto de medidas para reforçar a segurança no ambiente do trabalho”, acrescentou o secretário.