"Contem todos os votos", exigem os manifestantes nas ruas de Filadélfia | Foto: Rebecca Blackwell - AP

O candidato democrata Joe Biden passou o republicano Donald Trump na Pensilvânia, conforme a Associated Press. Com 98% das urnas projetadas, Biden agora tem 3.295.319 votos no estado, contra 3.289.725 do atual presidente.

A vantagem é de 5.594 votos, o que corresponde a uma diferença de 0,08 ponto percentual (49,47% a 49,39%). A diferença chegou a ser de 618 mil votos a favor de Trump e foi desmilinguindo à medida que os votos pelo correio foram sendo contados.

A virada estava sendo esperada desde a noite passada, em razão dos votos a apurar serem principalmente da Filadélfia, cidade que tradicionalmente apoia os democratas e de grande peso dos eleitores negros.

No início da manhã, Biden também ultrapassara Trump na Geórgia, e está 918 votos na frente, com 49,47% a 49,39%, e com votos a apurar provenientes de Atlanta, uma cidade também de forte presença negra.

As autoridades da Pensilvânia acreditam que podem completar ainda hoje a apuração e Trump não tem como ser reeleito se perder no estado. Consolidados esses resultados, Biden está eleito, após ultrapassar a barreira dos 270 votos no Colégio Eleitoral (até à véspera, detinha 264 votos na projeção da AP).

Em Nevada, Biden continua liderando, com uma vantagem de 11.438 votos. Com 84% da apuração projetada, o democrata tem 604.251 votos, contra 592.813 de Trump. A diferença no momento é de 0,93 ponto percentual (49,43% a 48,50%).

Discurso de Trump direto da Casa Branca na quinta-feira, em que chamou a eleição que está perdendo de “fraudada” e cidades de maioria negra como Detroit de “corruptas”, foi de forma inédita cortada pelas cadeias de televisão ABC, CBS e NBC.

Até mesmo políticos republicanos contestaram as perigosas declarações de Trump. “Eu vi o discurso do presidente ontem à noite. Foi muito difícil assistir. As alegações do presidente de fraude em grande escala e roubo de eleições simplesmente não são comprovadas”, afirmou o senador republicano da Pensilvânia, Pat Toomey.

“Há alguma evidência de que estou ciente da existência de fraude ou prevaricação significativa e em grande escala em qualquer lugar da Pensilvânia? Absolutamente não”, concluiu.

Tentativas de Trump de parar a contagem de votos na Geórgia e em Michigan foram rechaçadas ontem por tribunais estaduais.