Setor de serviços recua em fevereiro com carestia e queda na renda
Submetido à pressão inflacionária, juros altos e o forte rebaixamento da renda das famílias, que marcam o desgoverno Bolsonaro, o setor de serviços já acumula queda de 2% no ano, segundo divulgou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, o volume de serviços prestados no país caiu 0,2%, na comparação com janeiro, na série com ajuste sazonal. O instituto revisou o resultado de janeiro para uma queda de 1,8%, ante leitura inicial de recuo de 0,1%.
Na passagem de janeiro para fevereiro, a receita bruta nominal do setor de serviços caiu 1,5%.
O recuo de 0,2% no volume de serviços, de janeiro para fevereiro de 2022, foi acompanhado por duas das cinco atividades investigadas: serviços de informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,9%), que acumularam, respectivamente, perdas de 4,7% e de 1,3% nos dois primeiros meses de 2022.
“O que puxou a queda dessa atividade foram as telecomunicações, que caíram 2,8% em fevereiro. Esse segmento, que é o de maior peso na pesquisa, encontra-se 9,0% abaixo do patamar pré-pandemia”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Já a atividade de outros serviços registrou a segunda queda consecutiva, acumulando perda de 1,3% nos dois primeiros meses de 2022. A atividade está 0,4% abaixo do patamar pré-pandemia.
O segmento de serviços prestados às famílias teve praticamente crescimento nulo, ao variar 0,1% em fevereiro.
Resultado em cada um dos segmentos do setor de serviços:
- Serviços prestados às famílias: 0,1%
- Serviços de alojamento e alimentação: 0,7%
- Outros serviços prestados às famílias: 0,4%
- Serviços de informação e comunicação: -1,2%
- Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): -2,2%
- Telecomunicações: -2,8%
- Serviços de tecnologia da informação: 0%
- Serviços audiovisuais: -1,3%
- erviços profissionais, administrativos e complementares: 1,4%
- Serviços técnico-profissionais: -2,2%
- Serviços administrativos e complementares: 2,4%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 2%
- Transporte terrestre: 2,4%
- Transporte aquaviário: -0,1%
- Transporte aéreo: -9,1%
- Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
- Outros serviços: -0,9%
Serviços caem em 13 das 27 unidades da Federação
Em 13 das 27 unidades da federação tiveram retração no volume de serviços em fevereiro de 2022, na comparação com o mês imediatamente anterior. Entre os locais com taxas negativas nesse mês, destaca-se: Distrito Federal (-3,4%), Santa Catarina (-2,0%) e São Paulo (-0,5%). Em contrapartida, Minas Gerais (2,0%), Rio de Janeiro (0,8%) e Mato Grosso (6,6%) registraram os principais avanços em termos regionais.
Atividades turísticas recuam 1,0%
O índice de atividades turísticas apontou retração de 1,0% em fevereiro frente ao mês imediatamente anterior, após também ter recuado em janeiro último (-0,4%). O Instituto observou que o segmento de turismo ainda se encontra 10,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.
Regionalmente, oito dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de queda, destaques: São Paulo (-1,2%), Pernambuco (-4,9%) e Santa Catarina (-5,1%). Em sentido oposto, Minas Gerais (6,2%) assinalou o resultado positivo mais importante do mês.