Com o agravamento da pandemia, o setor de serviços despencou 4% em março e voltou a operar em patamares abaixo dos níveis pré Covid-19, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).

O setor contribui com mais de 70% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país e foi um dos mais afetados pela crise sanitária e econômica. Além das restrições de circulação, o setor que abarca atividades como restaurantes, bares e hotéis, sofre as consequências da demanda fraca e da restrição de consumo por causa do desemprego e falta de renda. Em especial os pequenos negócios não conseguiram nem mesmo acessar programas de crédito e outras medidas emergenciais.

Com o recrudescimento da pandemia, o setor teve o seu pior mês desde junho do ano passado, quando teve queda de 5,5%. E encontra-se 2,8% abaixo do volume de fevereiro do ano passado. No acumulado em 12 meses, o volume de serviços prestados no país registra um tombo de 8%.

Serviços prestados às famílias despencam 27% em um mês

Das cinco grandes atividades que englobam o setor, os serviços prestados às famílias foram os que mais contribuíram para o tombo, com recuo de 27% na comparação com fevereiro.

Isso se relaciona diretamente à perda de poder de compra das famílias. Além do desemprego a níveis recorde, em março quase 70 milhões de pessoas estavam sem o auxílio emergencial, que foi retomado apenas em abril, com valores reduzidos.

Serviços de alojamento e alimentação tiveram queda de 28% no mês, enquanto os profissionais e administrativos caíram 1,4% e de transportes, 1,9%.

Outra contribuição importante para a queda no volume de serviços prestados foi o recuo de 22% no segmento do turismo. De acordo com o IBGE, o setor de turismo precisa crescer 78,7% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado.