Os servidores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) anunciaram greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (4).

Os funcionários da instituição reivindicam reposição salarial de 19,99%, além de protestarem contra a “precarização geral das condições de trabalho”.

A categoria abrange cerca de 3 mil servidores da universidade, entre técnicos e assistentes em administração, entre outros, e a metade deles de enfermeiros e médicos que atuam no HU (Hospital Universitário).

O Sintufsc (Sindicato de Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina) esclarece que o que os servidores querem não é aumento, mas recomposição salarial, “pois não recebemos reajuste do salário há seis anos. O percentual de 19,99% é somente a inflação acumulada nos três primeiros anos do governo Bolsonaro”.

“Estamos há quase seis anos sem reajuste. A inflação acumulada do período soma cerca de 50%. Nos últimos seis anos, estamos com a mesma carga e recebendo a metade”, disse o coordenador-geral do sindicato Marcus Pessoa.

Pessoa afirma ainda que a situação dos funcionários é tão precária, que muitos não estão conseguindo pagar aluguéis na região do campus da UFSC e estão indo morar longe dali.

“Estão indo morar em Biguaçu, Palhoça, ou Norte e Sul da Ilha. Agora, com o preço da gasolina nas alturas, as pessoas têm que escolher entre pagar a gasolina ou se alimentar”, disse.

Segundo ele, semanalmente o sindicato recebe pedidos de cesta básica de aposentados e funcionários da ativa, que estão com dificuldades até para alimentar a família.

“Oficialmente o governo não estabelece diálogo com as entidades do serviço público federal. Há dez dias, a nossa federação conseguiu uma reunião com servidores do Ministério da Economia. Foram apresentadas as reivindicações e o Ministério da Economia informou que nos retornaria hoje, dizendo se estabeleceria ou não diálogo”, revelou Pessoa.

Uma nova assembleia está marcada para o dia 11 de abril, e conforme o sindicato, até lá, a categoria fica em assembleia permanente, podendo, a qualquer momento, fazer nova reunião para reavaliar a situação.