O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga

Um grupo de 14 senadores, entre eles os que dirigiram a CPI da Pandemia, protocolou um requerimento para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, seja convocado para explicar a sabotagem contra a vacinação de crianças e o apagão nos dados do Ministério da Saúde.

Os parlamentares estão pressionando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para conseguir convocar Queiroga o quanto antes.

A ideia é convocá-lo para comparecer à Comissão Representativa do Congresso Nacional, que também envolve a Câmara dos Deputados, e que responde pelo legislativo durante o recesso parlamentar.

O requerimento apresentado pelos senadores afirma que a “utilização da vacina da Pfizer” em crianças entre 5 e 11 anos “já se encontra aprovada (…), mas as autoridades competentes do governo preferiram, antes, adotar medidas protelatórias, como a realização de uma consulta pública a respeito, o que foi alvo de severas críticas por especialistas”.

Ainda que a consulta pública tenha sido criada para atrasar a vacinação em crianças, a maioria dos participantes votou que é favorável à vacinação das crianças.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Pandemia, explicou que Marcelo Queiroga deverá explicar, além do atraso na vacinação de crianças, outros temas como:

1) Quantidade de doses adquiridas pelo Brasil para o ano de 2022;

2) Cronograma de distribuição de vacinas e de vacinação para o ano corrente;

3) Medidas sanitárias para conter o avanço da variante Ômicron e da coinfecção por coronavírus e influenza no País;

4) Apagão dos dados de infecções, internações e mortes por Covid-19;

5) Políticas de testagem da população;

6) O hackeamento dos sistemas do Ministério.

Randolfe falou que “não iremos deixar que nosso povo sofra as consequências da irresponsabilidade desse Governo”.

Para ele, Marcelo Queiroga é “o pior ministro da Saúde da história do Brasil”, superando seu antecessor, Eduardo Pazuello.

Fabiano Contarato (PT-ES), também senador, disse que “a população precisa de esclarecimentos sobre as estratégias e as políticas adotadas pelo governo federal. A Anvisa confirmou que a vacina é eficaz para nossas crianças. Estamos perdendo tempo! Vacinação para nossas crianças, já! A ciência precisa prevalecer”.

O ex-presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e os senadores Simone Tebet (MDB-MS), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Alessandro Vieira (Cidadania-ES), Jorge Kajuru (Podemos-GO), Zenaide Maia (PROS-RN), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Paulo Rocha (PT-PA) também assinaram o requerimento para convocar o ministro.

Marcelo Queiroga também foi denunciado por treze médicos, ex-presidentes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado São Paulo, no Conselho Federal de Medicina por atender “acima de tudo, aos interesses políticos e ideológicos do governo, e mais especialmente, do presidente da República”, ao invés da saúde pública.

Eles citam o atraso na vacinação das crianças entre 5 e 11 anos, apesar da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Isto, por si coloca o médico em contraposição à sua obrigação ética de utilizar o melhor do conhecimento e da ciência para beneficiar o indivíduo e a sociedade. Não se sustenta qualquer preocupação relevante com a segurança (conforme já assegurou a Anvisa, órgão competente para tanto) e demonstra desconsideração do profissional com o conhecimento existente”.