Senador Bernie Sanders: Esta é uma eleição entre a democracia e Trump
Com as atividades eleitorais nos Estados Unidos chegando ao fim, o senador Bernie Sanders, do Partido Democrata, mostrando que esta não é uma disputa “normal” entre os candidatos dos dois partidos nacionais, mas sim um referendo sobre o ocupante da Casa Branca, afirma que esta “é uma eleição entre a democracia e Trump”.
A menos de uma semana da eleição que oficialmente culminará em 3 de novembro – mas que ninguém sabe quando concluirá com o anúncio dos resultados – o consenso de todos os principais especialistas e seus modelos é que Joe Biden e os democratas são favoritos para ganhar a Casa Branca, ampliar sua vantagem majoritária na câmara caixa (todas as 435 cadeiras estão em jogo) e com uma boa probabilidade de reconquistar o controle no Senado (35 cadeiras, pouco mais de um terço, em disputa), assinala David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.
Trump têm claro que seu triunfo depende de reduzir o voto popular e, sabendo que não contam com o apoio da maioria do eleitorado, os republicanos se dedicam a suprimir o voto sobretudo nos Estados-chave no sistema de voto indireto, conhecido como Colégio Eleitoral, que determina quem ganha a Presidência, aponta Brooks.
“Por isso há um multimilionário esforço massivo para reduzir o voto, tanto através de manobras legais como de extralegais. Pelo lado legal, os republicanos têm dedicado mais de 20 milhões de dólares para promover pelo menos 300 disputas judiciais com a finalidade de obstaculizar o voto este ano, reporta o Center for Public Integrity. E, ainda mais, há demandas legais constantes para frear ou limitar a contagem de votos que fazem chegar tarde pelo correio ou para eliminar medidas elaboradas para facilitar o voto”, disse.
Todas estas disputas, incluindo qualquer que seja sobre o resultado final da eleição, têm como árbitro final a Suprema Corte (não existem tribunais eleitorais), onde Trump e os republicanos acabam de consolidar seu controle ao impor uma maioria conservadora de seis a três, com a indicação da juíza reacionária Amy Coney Barrett.
David Brooks denuncia que “pela via extralegal há diversas tentativas de intimidação, incluindo colocar pessoas armadas perto dos postos de votação antecipada e no dia das eleições, gravar em vídeo eleitores que buscam os postos e buscar confundi-los com informações falsas. Também há investigações sobre preparação de ‘milícias’ armadas em vários Estados onde buscarão provocar violência relacionada com as eleições”.
Apesar disto, tudo indica uma participação eleitoral sem precedentes em décadas, com mais de 74 milhões de votos já emitidos de maneira antecipada, algo que em princípio deve favorecer os democratas.