Evento reúne intelectuais para debate nas instalações da UFRJ, entre os dias 20 e 22 de junho. 1917-2017: O ano que abalou a história – A Revolução Russa e a América Latina. O seminário terá transmissão ao vivo nesta quarta-feira (21) diretamente do salão nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, no Largo do São Francisco, no Centro do Rio de Janeiro, com as mesas “A revolução russa no Brasil” –  14 horas e às 17 horas com “A revolução russa, os jovens, as mulheres e os negros”.

1917: O ANO QUE ABALOU A HISTÓRIA – A REVOLUÇÃO RUSSA E A AMÉRICA LATINA”

Embora estes objetivos não tenham sido plenamente alcançados, a repercussão da Revolução Russa foi universal. Entre as classes populares, nos sindicatos e partidos políticos, na juventude, em todos os continentes, em todos os países, na América Latina e no Brasil, ecoavam as mudanças radicais preconizadas pelos revolucionários russos: todo o poder aos sovietes, terra aos camponeses, fim imediato da guerra, controle operário, liberdade para as nações autodeterminarem seus destinos.  Sob o lema: “Pão, Paz e Terra”, inaugurava-se um processo que iria abalar a História

Na luta contra o nazismo na segunda guerra mundial, nas lutas anti-coloniais, nas conquistas educacionais e culturais e nos avanços em termos de direitos igualitários a condições de vida nos países do chamado “socialismo real”, nos direitos trabalhistas e sociais conquistados nas sociedades capitalistas, o pensamento e a ação dos socialistas foram, sempre, fator decisivo. Mas, como se sabe, de outro lado, o estado soviético estabeleceu alguns padrões de aplicação política que também marcaram negativamente o imaginário libertário do socialismo e favoreceram uma violenta propaganda anticomunista.

O século XX, que começou com uma Grande Guerra e uma revolução, terminou assistindo ao ocaso das sociedades e estados do “socialismo real”, seguido, em quase todos os países que se proclamaram alguma vez “socialistas”, pelo restabelecimento das formas de produção e reprodução do capitalismo.

Para aqueles e aquelas que não abdicaram das lutas pela igualdade e pela liberdade, que ainda acreditam na História como um campo de possibilidades, inclusive de superação da miséria, da exploração, das desigualdades e de todas as formas de opressão e discriminação, os caminhos e descaminhos, encantos e desencantos da primeira experiência de construção do socialismo são ainda hoje objeto de controvérsia e debate.

Neste centenário há muito a celebrar, grandes feitos e heroicos combates a relembrar, realizações a registrar e resgatar, mas há muito a refletir, a pesquisar, a compreender e a avaliar:  dogmas, conceitos, propostas e concepções a rever,  e, sobretudo, novos caminhos a inventar para caminhar na direção de uma sociedade livre e igualitária,  onde a aventura humana da solidariedade, do bem viver e da liberdade possam ser uma experiência universal, compartilhada por homens e mulheres de todos os povos.

Frente aos desafios da contemporaneidade, aos  que pretendem proclamar o “fim da história” e ignorar os anseios de mudança que não deixam de surgir, professores e pesquisadores de diferentes universidades reúnem-se a movimentos sociais num esforço integrado e cooperativo para celebrar o centenário do Ano que Abalou  a História, olhando criticamente para o passado e vislumbrando os sinais e as promessas de futuro que estão presentes em nossa sociedade e em suas lutas.

Ao longo deste ano um conjunto de Universidades e entidades sindicais e da sociedade civil estão promovendo o ciclo 1917-2017: O ANO QUE ABALOU A HISTÓRIA.

O primeiro evento deste ciclo será:

A REVOLUÇÃO E A AMÉRICA LATINA, de 20 a 22 de junho de 2017.

CONHEÇA A PROGRAMAÇÃO ABAIXO: