Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

Sem proposta do governo em relação às reivindicações dos servidores, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) avisou, em nota, que a paralisação da categoria vai continuar por tempo indeterminado.

Segundo o presidente do sindicato, Fábio Faiad, a reunião nesta terça-feira (5) com representantes do governo “não trouxe nenhuma proposta oficial”.

Os servidores do BC estão em greve desde sexta-feira (1º), e, com o fracasso da reunião, o sindicato informou que a expectativa é que a greve se intensifique, e tenha a adesão de mais de 60% da categoria.

“Como não houve proposta oficial, a nossa resposta vai ser a manutenção e a intensificação da greve”, afirmou o sindicato logo depois do encontro com Leonardo Sultani, titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia.

Os servidores do órgão reivindicam reajuste salarial de 26,3%, referente à inflação de 2019 a 2022, além da reestruturação de carreiras, que, segundo o sindicato, não tem impacto financeiro. Segundo o sindicato, se houvesse alguma proposta concreta do governo, a categoria estaria disposta a negociar.

A mobilização dos servidores do BC começou no final de dezembro, logo após Bolsonaro ter sinalizado que só as carreiras policiais teriam reajuste salarial.

A partir daí, ao lado de diversas categorias do serviço público federal, os servidores do BC iniciaram uma grande mobilização com paralisações pontuais e o movimento inédito de entrega de cargos comissionados no órgão. Até o momento, 725 servidores comissionados entregaram seus cargos de chefia.

Por conta da paralisação, o Banco Central tem adiado diversas publicações regulares, como o Boletim Focus, dados do câmbio e o Relatório de Poupança. Nesta terça-feira, o governo admitiu, pela primeira vez, que o motivo dos atrasos é devido à greve