Nota conjunta diz que "não há qualquer evidência" de violação da integridade do sistema de votação"

A agência do Departamento de Segurança Interna (Homeland) responsável pela segurança cibernética afirmou que a eleição de 2020 foi “a mais segura” da história dos EUA. A declaração foi feita em conjunto com os principais órgãos federais e estaduais envolvidos na realização da eleição.

Em termos que não podiam ser mais explícitos, a declaração atesta que “não há evidências de que qualquer sistema de votação tenha eliminado ou perdido votos, alterado os votos, ou que tenha sido de alguma forma comprometido”.

Entre os signatários estão a Associação Nacional de Secretários de Estado (que é a autoridade estadual que encabeça a eleição na norma norte-americana e integrada por republicanos e democratas), a Comissão de Assistência Eleitoral dos EUA e o Conselho Coordenador do Setor de Infraestrutura Eleitoral (fabricantes de equipamentos).

De acordo com o comunicado, “há muitas reclamações infundadas e oportunidades de desinformação sobre o processo de nossas eleições”, acrescentando que a agência responsável por monitorar crimes cibernéticos dentro dos EUA está confiante “na segurança e integridade de nossas eleições”.

A declaração, que contradiz frontalmente o alvoroço da campanha de Trump sobre fraude generalizada na eleição, foi feita na quinta-feira (12). No mesmo dia, o presidente bilionário mandou cortar a cabeça do diretor-assistente do órgão, Bryan Ware.

Na quinta-feira, o diretor da segurança cibernética interna dos EUA, Christopher Krebs, retuitou um especialista em tecnologia de informação eleitoral que advertia as pessoas a não compartilharem “alegações descabidas e sem base sobre máquinas de votação, mesmo se forem feitas pelo presidente”. A cabeça dele também está a prêmio.

A nota das principais autoridades eleitorais dos EUA envolvidas em assegurar a segurança da eleição destacou, ainda, que “todos os Estados com resultados próximos na corrida presidencial de 2020 têm registros de papel de cada voto, permitindo a capacidade de voltar e contar cada cédula, se necessário. Este é um benefício adicional para a segurança e a resiliência”. Este processo – acrescenta – permite “a identificação e correção de quaisquer erros”.

“Outras medidas de segurança, como testes pré-eleitorais, certificação estatal de equipamentos de votação e certificação de equipamentos de votação da Comissão de Assistência Eleitoral dos EUA (EAC) ajudam a aumentar a confiança nos sistemas de votação usados em 2020”, completa a nota conjunta.

Enquanto os próprios órgãos de governo sustentam que a eleição foi limpa, Trump insiste em se dizer vítima de “fraude”, insuflando conclamações extremistas de ‘parem o roubo’. Nos desvãos das redes sociais da ‘alt right’, a ‘direita alternativa’, isto é, trumpistas e seus robôs, reverberam histórias escabrosas sobre supercomputadores ‘desviando votos para beneficiar Biden’, ‘mortos votando’ e ‘despejo em massa de votos no democrata na madrugada’.