O número de mortes por Covid-19 entre pessoas não vacinadas no estado de São Paulo foi 26 vezes maior do que entre as pessoas com esquema vacinal completo. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Secretaria estadual da Saúde, divulgados pelo governo paulista nesta segunda-feira (14).

O estudo analisou 8.283 mortes inseridas pelos 645 municípios no sistema Sivep-Gripe entre 5 de dezembro de 2021 e 26 de fevereiro de 2022, período de prevalência e circulação da variante Ômicron.

Entre estas, 7.942 foram consideradas no levantamento, pois eram as que possuíam preenchimento com relação ao campo de vacinação no sistema oficial, isso porque a inserção do dado no sistema não é obrigatória.

O número de mortes ocorridas no período entre os não vacinados foi de 332 por 100 mil habitantes, contra 13 de quem possuía esquema vacinal completo com duas doses.

Os dados também apontam que os óbitos foram 69% maiores em vacinados com apenas uma dose, ou seja, 22 mortes por 100 mil habitantes, se comparado com os que têm esquema vacinal completo com duas doses.

A análise considerou a população elegível para a vacinação em São Paulo, que é cerca de 43,2 milhões de pessoas e, fundamentalmente, as mais de 100 milhões de doses aplicadas durante toda a campanha no estado. Aproximadamente 717 mil pessoas não tomaram nenhuma dose em SP.

“Os dados mostram o impacto dos índices de vacinação no estado de São Paulo, que hoje tem quase 90% da população elegível vacinada com as duas doses. Mesmo com a circulação de uma variante mais transmissível, que é o caso da Ômicron, os números comprovam que São Paulo fez a escolha certa em apostar na Ciência e na vacinação como as principais medidas de enfrentamento da pandemia de Covid-19”, destaca a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula.

Também, em janeiro deste ano, um levantamento do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, apontou que entre os pacientes internados com Covid-19 na unidade, 76% não tinham a vacinação completa contra a doença.

O hospital, que é referência no tratamento de doenças contagiosas. À época dos dados, ele tinha 50 pacientes internados em enfermaria ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com suspeita ou confirmação de Covid-19. Desses, 38 pacientes não se vacinaram ou não completaram a imunização.

“A adesão total dos adolescentes paulistanos, além de proteger efetivamente cada indivíduo, foi também um importante fator de segurança à saúde da comunidade escolar, diminuindo efetivamente a disseminação do vírus, contribuindo de maneira decisiva para o controle da pandemia na cidade”, disse, em nota, Luiz Artur Vieira Caldeira, coordenador da Vigilância em Saúde da cidade.

A administração municipal informou que, até às 15h do domingo, 970.868 primeiras doses foram aplicadas em adolescentes na capital (115% do público estimado). E 844.119 segundas doses chegaram aos braços desse público (100%).

Mais de 81% das crianças de 5 a 11 anos receberam ao menos uma dose da vacina contra a covid na capital, conforme informou a Prefeitura. Isso significa que 884.640 primeiras doses foram aplicadas. O total de segunda aplicação foi de 331.305 (30,6%).

Da mesma forma, a incidência de covid nas escolas públicas e particulares desde a primeira semana de janeiro foi de 41 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Estado de São Paulo é de 1.393 por 100 mil, mais de 30 vezes maior. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Educação na última terça-feira (8).

A pasta criou um sistema de notificação e monitoramento para ser acessado obrigatoriamente pelas escolas quando houver estudantes e profissionais sintomáticos ou já com resultado do teste. Foram 4.084 casos confirmados de alunos ou profissionais contaminados nesse período, desses 59% na rede estadual e 37% na particular. O Estado tem cerca de 9 milhões de alunos nas redes pública e privada.

Ainda, o Instituto Butantan solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a inclusão da faixa etária de 3 a 5 anos na aplicação da vacina Coronavac contra a Covid-19. O pedido chegou à agência na noite da última sexta-feira (11).

O prazo de avaliação começou a valer nesta segunda e tem  limite de até 7 dias úteis. A agência considerará pontos como segurança e eventos adversos identificados, ajuste de dosagem da vacina e fatores específicos dos organismos das crianças em fase de desenvolvimento.

Em uso emergencial no Brasil contra a covid-19 desde 17 de janeiro de 2021, o imunizante Coronavac só foi liberado pelo órgão regulador para o uso em crianças de 6 a 11 anos em 20 de janeiro deste ano. Crianças de 5 anos e imunossuprimidas, entre 5 e 11 anos, devem receber exclusivamente a vacina da Pfizer pediátrica.