O espanhol Santander obteve no Brasil uma alta de 102,6% em seus lucros no segundo trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, o que representa quase o dobro de lucratividade.

No mesmo trimestre de 2020, o lucro líquido societário foi de R$ 2,026 bilhões e, este ano, de R$ 4,103 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre do ano em curso, o lucro foi de 45,7%.

Essa lucratividade, em plena pandemia, vem na contramão do que vem ocorrendo na maioria dos setores econômicos do país, como os setores produtivos, indústrias, comércio e serviços, que vêm registrando perdas, além do desemprego batendo recordes e a renda da população em baixa.

Enquanto isso, o Santander aumenta seu lucro com eliminação de postos de trabalho e fechamento de agências, prejudicando trabalhadores e clientes – conforme denunciam os sindicatos de bancários em todo o país – , e aumento exponencial das tarifas bancárias.

Além do mais, parte desse lucro vem justamente dos que mais precisam, em meio ao caos econômico em que vive o país: as pequenas e médias empresas, segmento pouco ou nada atendido pelos programas governamentais durante a pandemia.

Com dinheiro do Banco Central liberado aos bancos para empréstimos, e os bancos com poder de não conceder empréstimos para quem consideram que não vão conseguir pagar as dívidas, se deu o chamado “empoçamento da liquidez”, e o dinheiro que deveria ter sido liberado para as empresas enfrentarem a crise econômica agravada pela crise sanitária ficou retido na tesouraria do banco.

Daí que todos os índices de lucratividade da instituição cresceram com a alta de 8% no lucro gerencial, em relação ao segundo trimestre do ano passado. Quanto ao retorno sobre o patrimônio líquido médio, que indica a lucratividade dos bancos, atingiu 21,6%, quando no trimestre de 2020 foi de 11,8%. Enfim, é como o conhecido ditado popular, para os bancos, quanto pior, melhor”.