Com a CoviVac, a Rússia elevará sua capacidade de produção de imunizantes 

O Ministério da Saúde da Rússia registrou a terceira vacina contra a Covid-19, a CoviVac, desenvolvida pelo Centro Federal de Pesquisas e Desenvolvimento de Tratamentos Imunobiológicos M.P. Chumakov, informou o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, no sábado (20).

A elaboração de novas vacinas é um dos vetores na batalha travada pela Rússia, pela superação da pandemia. A CoviVac é mais uma mostra da disposição de utilização de todo o acúmulo científico do país e da capacidade de produção de seus diferentes laboratórios para conseguir imunizar toda a população o mais rápido possível, .

As primeiras 120 mil de doses da CoviVac entrarão em circulação nacional em meados de março. Segundo o diretor do Centro Chumakov e membro-correspondente da Academia de Ciências da Rússia, Aidar Ishmukhametov, a CoviVac também terá eficácia contra mutações do vírus, uma vez que se utilizou o vírus completo e não fragmentos do genoma.

Os testes clínicos começaram no início de outubro passado e por enquanto não foram observadas reações adversas. Em breve terminará a segunda fase, depois se planeja realizar testes com 3.000 voluntários.

A vacina CoviVac é um imunizante que foi desenvolvido à base do coronavírus inteiro inativado, ou “morto”. Com a inoculação, o organismo humano reconhece a composição antigênica do vírus, a memoriza e no futuro deverá estar preparado para enfrentar todas suas manifestações.

Neste momento, na Rússia já é possível receber a vacina Sputnik V desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em conjunto com o Fundo Russo de Investimentos Diretos. Este tratamento consiste na primeira vacina contra a Covid-19 registrada do mundo.

A Sputnik V foi aprovada em agosto e a vacinação em massa foi lançada em dezembro, após resultados de testes mostrarem que a vacina tinha 91,4% de eficácia.

Desde então, mais de 3.900.000 de russos foram vacinados com pelo menos a primeira dose da Sputnik V, e 1.700.000 já com a segunda, afirmou o ministro da Saúde, Mikhail Murashko.

Por outro lado, o prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, informou que em um hospital da capital russa serão realizadas três etapas da investigação do uso do Sputnik V para adolescentes de 14 a 18 anos e, por isso, poderá incluí-los no programa de vacinação em massa.

No final de janeiro, o Centro Gamaleya, desenvolvedor do Sputnik V, informou que planeja testar a droga em menores em 2021. Além disso, este mês, o diretor do centro, Alexandr Guintsburg, expressou seu desejo de que a investigação comece em junho .

Além da Sputnik V, em outubro passado o Ministério da Saúde russo registrou a segunda vacina, designada EpiVacCorona e criada pelo Centro Estatal de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia Vektor em Novosibirsk. Sua aplicação está começando.

“Hoje, a Rússia é o único país que já tem três vacinas contra a Covid-19”, afirmou o primeiro-ministro Mishustin.

Desenvolvedor da CoviVac, o Centro Chumakov, fundado em 1955 em São Petersburgo por Mikhail Chumakov, é conhecido pelo seu trabalho em colaboração com o cientista Albert Sabin, o que contribuiu para a produção da vacina contra a pólio que leva o nome do cientista. A colaboração com Sabin rompeu limitações impostas à época em que a chamada Guerra Fria estava no auge.