A operação não é de guerra, é para evitar a guerra, diz representante da Rússia, Vasily Nebenzya

O embaixador permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou ao Conselho de Segurança na quinta-feira (24) que “não estamos realizando uma agressão contra o povo ucraniano, isso é contra aquela junta que tomou o poder em Kiev”.

Ele também enfatizou que os eventos na Ucrânia “não podem ser chamados de guerra, esta é uma operação militar especial no Donbass, para defender nossa segurança”.

Nebenzia anunciou ainda que serão fornecidas “informações sobre como os eventos estão se desenvolvendo” e acrescentou que a Rússia continua aberta ao diálogo, “mas não vai permitir um novo massacre sangrento no Donbass”.

As repúblicas antifascistas do Donbass – Donetsk e Lugansk –, recém reconhecidas por Moscou depois de aguardar por sete anos que o regime de Kiev cumprisse os acordos de Minsk assinados, haviam pedido assistência militar russa contra o recrudescimento dos bombardeios ucranianos contra civis que alcançaram o auge na semana passada, e foram atendidas.

Na Conferência de Segurança de Munique, no fim de semana, em que EUA, vassalos e Otan escalaram as pressões contra a Rússia, o chefe de governo de Kiev exigiu um “calendário” para anexação à Otan e ameaçou construir armas nucleares.

Zelensky se elegeu prometendo paz com o Donbass, respeito ao idioma russo e combate à corrupção, cometeu estelionato eleitoral, passou a rezar pela cartilha dos neonazistas e dos marioneteiros de Washington.

No novo discurso à nação em que anunciou a “operação militar especial” para “desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”, Putin destacara que os EUA e a Otan seguiam se negando a levar em consideração a exigência de fim da expansão da Otan e de volta dos sistemas de ataque ao quadro de 1997, e que o regime saído do golpe de Estado de 2014 se recusava a manter o status de neutralidade e a cumprir com os acordos de Minsk que assinara, para a paz e autonomia no Donbass.

No ano passado, a Ucrânia e os EUA foram os dois únicos países do planeta que votaram contra resolução da Assembleia Geral da ONU de condenação à exaltação ao nazismo. Batalhões neonazistas foram incorporados ao exército ucraniano.

Em reunião com empresários em Moscou para discutir a situação da economia sob a onda de sanções que está sendo despejada contra a Rússia, Putin disse que o Ocidente e o regime de Kiev “simplesmente não deixaram nenhuma chance de fazer diferente”, tais eram os riscos de segurança para a Rússia criados que “era impossível responder por outros meios”.

Por sua vez a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, afirmou à NTV que “não é o começo da guerra, é o fim da guerra”, esclarecendo que o socorro ao Donbass visa “impedir o desenvolvimento de eventos que podem se transformar em uma guerra global”.