Rússia condena ‘interferência do exterior’ para desestabilizar Cuba
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu um Comunicado em que condena qualquer intervenção estrangeira que favoreça a desestabilização da situação em Cuba.
“Consideramos inadmissível a interferência do exterior nos assuntos internos de um Estado soberano e quaisquer outras ações destrutivas que favoreçam a desestabilização da situação na Ilha”, diz o texto apresentado pela porta-voz do MRE, Maria Zakharova, na segunda-feira (12).
“Estamos convictos que as autoridades cubanas estão tomando todas as medidas necessárias para a restauração da ordem pública no interesse dos cidadãos do país no âmbito da Constituição nacional e da legislação interna em vigor”, afirma o texto.
Nas últimas semanas, Cuba vive uma emergência sanitária que está se agravando devido, principalmente, ao bloqueio que os EUA mantêm contra a Ilha, que dificulta o acesso a medicamentos e insumos para manter o ritmo de produção de vacinas.
Segundo informação da Chancelaria de Cuba, durante o governo de Donald Trump (2017-2021), foram aplicadas 243 medidas coercivas unilaterais contra Cuba; delas, 55 apenas em 2020, que se destacaram pela “sua sistematicidade e intencionalidade”.
Em termos de saúde, os prejuizos chegaram a quase 200 milhões de dólares entre abril e dezembro de 2020; Este número é 38 milhões a mais do que o informado entre abril de 2019 e março de 2020.
Além disso, o governo Trump aumentou as restrições a viagens, impôs novas multas a bancos estrangeiros que operam ativos financeiros relacionados a Havana, restringiu o envio de remessas e ampliou a lista de organismos e organizações cubanas com as quais instituições norte-americanas estão proibidas de estabelecer contato, entre outras medidas.
Em junho passado, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo o fim do bloqueio comercial, econômico e financeiro
dos EUA contra a ilha que já leva seis décadas. Na ocasião, o chanceler cubano Bruno Rodríguez denunciou que os prejuízos causados por esta medida ultrapassam os 147 bilhões de dólares e acusou Washington de aproveitar a pandemia para aumentar a pressão contra a ilha.