Roger Waters concova EUA a parar perseguição contra jornalista Assange
“Querem matar Julian Assange porque disse a verdade”, denunciou o ex-líder da banda Pink Floy, Roger Waters, para quem o presidente Biden deve acabar com esta “repulsiva” perseguição ao jornalista, fundador do WikiLeaks e preso político. “Sabemos com certeza” que Assange “não cometeu nenhum delito e que tudo o que fez foi transmitir notícias”.
Com 49 anos, Assange é acusado de espionagem e pirataria informática por ter publicado, desde 2010, centenas de milhares de páginas de documentos militares secretos e cabos diplomáticos com relatos minuciosos dos crimes dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão. A repercussão da política de terrorismo de Estado, amplamente difundida pelo portal WikiLeaks, fez com que governos norte-americanos transformassem Assange em inimigo a ser abatido.
Em entrevista ao Russia Today, o renomado músico explicou que sua luta pela liberdade de Assange é por ser contrário a injustiças. “Ele é apresentado como um exemplo: fique de boca fechada ou isso vai acontecer com você”. “Estão tratando de matar a Julian Assange por ter dito a verdade e isso é repulsivo”, condenou.
Para Waters, “é interessante que este presidente democrata ainda não tenha revertido a afirmação do governo Obama, uma vez que não houve nenhum caso […] e que não se pode processar Assange, porque se o fizer, você terá que processar a todos os editores que publicam qualquer verdade que possa ser inconveniente”. “Se isso é um crime, então deveríamos fechar os conselhos editoriais do The New York Times e de todos os demais”, destacou o consagrado músico, reiterando que “tudo é uma farsa completa”.
Waters conclamou Biden e seu governo a retirarem as acusações contra Assange, que imputam uma pena máxima de 175 anos de prisão, pois “certamente, não houve espionagem ou qualquer crime que possa ser processado nos Estados Unidos”.
Atualmente ele se encontra recluso na prisão de segurança máxima de Belmarsh (Reino Unido). Foi detido em abril de 2019 na Embaixada do Equador em Londres – onde se encontrava desde agosto de 2012 – após o governo de Moreno render-se aos EUA e decidir lhe retirar o asilo diplomático.
Cerca de 160 chefes e ex-chefes de Estado, primeiros-ministros, ministros, diplomatas e parlamentares assinaram uma carta exigindo que o governo do Reino Unido encerre o processo de extradição de Julian Assange movido pelo regime Trump. Os signatários pedem que seja concedida ao jornalista a imediata libertação da prisão de Belmarsh, a Guantánamo britânica, onde é mantido em confinamento solitário desde abril de 2019.
Assange está sob ameaça de prolongado cárcere equivalente a prisão perpétua e seu julgamento, como registra a denúncia, será no infame “Tribunal da Espionagem” no Distrito Leste da Virgínia, perante o qual nenhum réu incurso em segurança nacional foi bem-sucedido. Um processo secreto, diante de um júri escolhido de uma população em que a maioria dos indivíduos elegíveis para a seleção do júri trabalha para, ou está ligada à CIA, à Agência de Segurança Nacional (NSA) e ao Pentágono.