O número de famílias endividadas aumentou em julho, atingindo 64,1% dos lares brasileiros, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada na terça-feira (1). Em junho, eram 64,0% o número de famílias endividadas. Também houve alta em relação a julho de 2018, quando o indicador alcançou 59,6% do total de famílias. É a sétima alta seguida mantendo-se em níveis elevados, sendo o maior percentual desde julho de 2013.
Em janeiro, eram 60,1% as famílias endividadas.
Na comparação interanual, houve um aumento expressivo de 7,5% do endividamento das famílias, numa tendência de alta, acentuada depois da posse de Bolsonaro.
As dívidas consideradas na pesquisa foram com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
O Cartão de Crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,4% das famílias endividadas.
Com o desemprego e o subemprego atingindo 28,4 milhões de trabalhadores e os salários miseráveis arrebentando as condições de consumo da população, as famílias recorrem ao cartão de crédito e ficam à mercê das maiores taxas de juros do mundo. Segundo o Banco Central, em junho, os juros do cartão de crédito voltaram a subir e ultrapassaram 300% ao ano.
Das famílias endividadas, uma parcela de 23,9% estão com contas com pagamento atrasado. No mês de junho o percentual foi de 23,6%. Em relação aos 23,7% verificados em julho de 2018, também houve um aumento da inadimplência.
As famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso também aumentaram. Na comparação mensal, de 9,5% em junho para 9,6%, em julho. O indicador em julho de 2018 foi de 9,4%.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.