Um caça russo Su-24 teve que disparar tiros de advertência com munição real para desviar o navio intruso

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na sexta-feira (30) que os Estados Unidos estavam envolvidos na provocação do contratorpedeiro britânico Defender no Mar Negro que, na semana passada, invadiu águas territoriais russas e foi forçado a se retirar sob tiros de advertência com munição real.

“A propósito, foi uma provocação, uma provocação complexa, realizada não apenas pelos britânicos, mas também pelos americanos”, disse Putin em 30 de junho durante a linha direta com a população, na qual o presidente responde, anualmente, a perguntas e pedidos feitos pelos cidadãos russos.

O presidente comentou que o Defender entrou em águas territoriais russas no dia 23 de junho à tarde, mas ainda antes, por volta das 7h30 da manhã, um avião espião americano decolou de um campo de aviação da Otan na Grécia.

“Estávamos observando muito bem. Era evidente que o contratorpedeiro entrou em território russo para fins militares, tentando descobrir com a ajuda do avião espião a atuação das Forças Armadas russas diante das provocações e saber como tudo funciona”, revelou Putin.

O Ministério da Defesa russo denunciou em 23 de junho que o contratorpedeiro britânico HMS Defender entrou três quilômetros nas águas jurisdicionais da Rússia perto da Crimeia. Um caça russo Su-24 teve que disparar tiros de advertência com munição real para ejetar o navio intruso.

Putin disse ainda que os crescentes vínculos do regime de Kiev com a Otan causam preocupação em Moscou.

“Segundo a Constituição ucraniana, esse país não pode hospedar bases militares estrangeiras … O uso militar de um território fronteiriço com a Rússia cria sérios problemas de segurança”, assinalou o presidente russo. No ano passado, a Ucrânia tornou-se o sexto país a receber o status de parceiro da Otan com capacidades expandidas. O estatuto foi adotado em 2014 – ano do golpe CIA-nazis em Kiev – para estabelecer relações bilaterais “mais aprofundadas”.